BELÉM é um município brasileiro, capital do estado do Pará. É a segunda cidade mais populosa da região Norte e a maior região metropolitana da Amazônia. Possui 1,4 milhões de habitantes no município e 2.043.537 na Grande Belém. É conhecida como a “METRÓPOLE DA AMAZÔNIA” e popularmente chamada de “Cidade das Mangueiras” pela abundância de exemplares dessa árvore em suas ruas. Belém é constituída por cinco municípios. Também é denominada “Cidade Morena”, característica herdada da miscigenação do povo português com os índios Tupinambás, nativos habitantes da região à época da fundação. É a maior metrópole do mundo situada na Linha do Equador, e a cidade com o maior IDH entre as capitais da região Norte. Por se assemelhar a uma península e ser limitada por áreas militares e de proteção ambiental, a cidade teve pouco espaço para expansão, ocasionando uma conturbação que deu origem à Região Metropolitana de Belém (ou “Grande Belém”), criada por lei complementar federal em 1973, e atualmente com 2.043.537 habitantes – a maior população metropolitana da região Norte. Historicamente, constituíram-se na principal via de entrada na região norte do Brasil, devido a sua privilegiada posição geográfica. Situada às margens do Rio Guamá, próxima à foz do rio Amazonas, abriga o moderno Aeroporto Internacional de Val de Cans. Com sua localização no extremo Norte da malha rodoviária brasileira BR-316 (Nordeste), BR-010 (Belém-Brasília) e PA-150 (Alça Viária), Belém pode ser facilmente atendida por vias terrestre, aérea e fluvial, sendo uma das principais entradas para toda a região norte.
Em seus quase quatrocentos anos de história, Belém vivenciou momentos de plenitude como o período áureo da borracha, no início do século XX, quando o município recebeu inúmeras famílias europeias, o que veio a influenciar grandemente a arquitetura de suas edificações, ficando conhecida como Paris da América. Hoje, apesar de ser cosmopolita e moderna em vários aspectos, Belém não perdeu o ar tradicional das fachadas dos casarões, das igrejas e capelas do período colonial. A fundação de Belém, a 16 de janeiro de 1616, foi o primeiro passo desse projeto de conquista territorial. O processo foi contínuo e tenso e a ocupação do território se deu com base no massacre ou escravização das populações indígenas e no confronto bélico com as outras potências europeias que possuíam feitorias na Amazônia. Aos poucos, através de expedições militares, novas regiões foram sendo anexadas, como os vales dos rios Guamá, Acará e Moju, o baixo Tocantins, a Belém costa dos Caetés (hoje costa do Salgado), a região da “estrada do Maranhão”, que hoje chamamos de Bragantina, a Ilha Grande de Joanes (atual Marajó), a península de Gurupá, o Cabo Norte (atual Amapá), o baixo Amazonas, os vales do Xingu e Tapajós, o Alto Amazonas e o vale do Rio Negro. Cada um desses territórios correspondia a novas rotas de exploração de riquezas. Terras, que iam sendo acrescentadas ao patrimônio dos principais colonos, trazendo como consequência, a escravização das populações indígenas. Esse padrão econômico, baseado na coleta extrativista, na navegação fluvial e na escravização dos índios, juntamente com os aspectos geográficos da floresta equatorial, acabou diferenciando a nova colônia do restante da América Portuguesa. Por isso, desde 1626, eram duas as colônias de Portugal na América: O Brasil, que incluía o Nordeste e toda a parte meridional da colônia e o Grão-Pará e Maranhão, que incluía toda a Amazônia, o Maranhão e, junto com este, o Piauí e parte do Ceará. O que diferenciava essas duas colônias era, basicamente, o modo de produção. No Brasil, predominava a monocultura e no Grão-Pará, a atividade extrativista. A Igreja Católica fazia parte dessas empreitadas colonizadoras. Seu trabalho missionário, porém, entrava muitas vezes em concorrência com os interesses mercantis dos colonos, haja vista que as missões religiosas ocupavam, ao mesmo tempo, grandes espaços de produção, com interesse na propriedade de terra, no comércio e na manutenção das populações indígenas nesses espaços de produção. O debate entre colonos e a igreja atravessou os séculos XVII e XVIII, até que, nesse momento, a nova mentalidade política em vigor na metrópole, iniciou um processo de expropriação de seus bens e, também, de dinamização da economia local. Tratava-se da política do marquês de Pombal, personagem emblemático do despotismo esclarecido em Portugal. Carvalho e Mello, o famoso marquês, ministro de Dom José I, passou a governar a nação com mãos de ferro, após a grande tragédia que foi a destruição de Lisboa por um terremoto, seguido por um maremoto e por um imenso incêndio, em 1775.
Seu projeto político privilegiava um novo padrão de economia mercantilista, o tráfico negreiro como instrumento de elevação da produção e a valorização de colônias portuguesas, antes descentradas, como era o caso do Grão-Pará e Maranhão. Com efeito, a política externa de Portugal para a América, a partir desse último quartel do século XVIII, mudou nitidamente sua orientação, passando seu foco central da região do rio da Prata para o vale amazônico. Pombal promoveu mudanças significativas na estrutura social e econômica do Grão-Pará. Trouxe para a região centenas de especialistas, dentre cientistas, militares, engenheiros, naturalistas, desenhistas, arquitetos e geógrafos. O pretexto de demarcar os limites entre Portugal e Espanha promoveu um levantamento científico acurado da região, de sua hidrografia, fauna, flora e populações humanas. O conhecimento acumulado nesse projeto foi fundamental para firmar o direito do Grão-Pará sobre a parte mais extensa do território amazônico. Além disso, preocupou-se em colonizar melhor a região da antiga praça colonial portuguesa de Marzagão, na África – trouxe 1.700 famílias, a grande maioria delas nobres e, do arquipélago dos Açores, trouxe também milhares de habitantes. Destituindo os frades jesuítas e mercenários de seu patrimônio material e expulsando-os do Grão-Pará, distribuiu suas posses entre militares fiéis. Nos antigos assentamentos missionários, firmando a liberdade dos índios, criou mais de trinta vilas e cidades. E também incrementou o comércio e o tráfico negreiro, criando para isso a Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão.
O objetivo era dinamizar a economia, incentivando o surgimento de múltiplas experiências, fossem elas com êxitos ou não, de atividades extrativistas ou monoculturas agrícolas como cacau, por exemplo, que passou a constituir uma riqueza importante da região. O interesse do Marquês de pombal no Grão-Pará era quase pessoal, nomeou seu próprio irmão como governante da província, um sobrinho seu como bispo do Pará e vários outros parentes e amigos para cargos de destaque na burocracia colonial que dizia respeito a esta colônia americana. Também incentivou o embelezamento de Belém a construção do Palácio dos Governadores (atual Museu Histórico do Estado do Pará), a reconstrução das principais igrejas da cidade – como a Sé, Santo Alexandre, Carmo, Sant Anna e São Joãozinho e de outros prédios públicos ou residenciais. Nessa atividade, destacou-se o arquiteto bolonhês Antônio José Landi, que, como vários outros dos especialistas trazidos por Pombal, acabou por fixar residência na colônia. Porém, a destituição do marquês lançou o Grão-Pará e Maranhão num ciclo de decadência que perdurou por quase um século, até por volta de 1870. Nesse período a colônia experimentou muitas mudanças, como a conturbada adesão à independência do Brasil. Já nos últimos séculos, vieram os italianos e japoneses. Estes últimos estabeleceram-se no interior agrário, fixando-se em municípios como Tomé-Açu. Além desses, o Estado também recebeu libaneses e franceses. A economia do Pará baseia-se no extrativismo mineral (ferro, bauxita, manganês, calcário, ouro, estanho) e vegetal (madeira), na agricultura, na pecuária, na indústria e no turismo. A mineração é atividade preponderante na região sudeste do Estado, sendo Parauapebas a cidade produtora. A atividade pecuária – com um rebanho calculado em mais de 14 milhões de cabeças de bovinos – está mais presente no Sudeste. Já a agricultura é mais intensa.