CULTURA/ARTESANATO – MATO GROSSO DO SUL

A história estabelecida entre a gente pantaneira e o ambiente em que vive demonstra que não é um sonho melhorar a qualidade de vida respeitando a natureza. A cultura pantaneira é, sem dúvida, a grande responsável pela integridade do Pantanal. O homem pantaneiro descende dos bandeirantes e dos garimpeiros que, no século 18, cortavam os rios em frágeis canoas, desde as vizinhanças de São Paulo, em direção às minas de ouro da região de Cuiabá. A canoa partia na época das cheias, no início do ano, para aproveitar o volume de água dos rios. No segundo semestre, durante o período seco, a maioria dos rios desaparecia como ocorre até hoje.
Esgotadas as minas de ouro, alguns garimpeiros partiram para outros lugares, mas voltaram muitos desiludidos e resolveram ficar e praticar a única atividade possível na região – criar gado. Os rebanhos viviam de acordo com o movimento das águas. Na época da enchente, eram levados para as áreas mais altas. Quando as águas baixavam, vinham comer o pasto dos campos baixos.
Os índios praticamente desapareceram, mas até hoje a criação de gado no Pantanal exige grandes áreas para o manejo das boiadas. Se no resto do país um hectare é suficiente para criar um boi, no Pantanal é necessário pelo menos o dobro do espaço. O homem pantaneiro recebeu muita influência dos indígenas e mantém seu jeito de viver praticamente inalterado nos últimos 200 anos.
No século XVIII vieram os bandeirantes de São Paulo à procura do ouro. Depois da Guerra do Paraguai, surgiram as grandes fazendas de gado. Com a chegada da estrada de ferro noroeste do Brasil, em 1914, novos hábitos e costumes foram incorporados. A distância e o difícil acesso às fazendas fizeram o homem pantaneiro se acostumar ao isolamento e à solidão, porém manifestam o sentimento de cooperação no trabalho do gado ou nas festividades típicas entre as fazendas.
Vivendo a realidade numa região isolada, com enchentes, ataque de animais silvestres e problemas de transporte, o homem pantaneiro, pecuarista, vaqueiro ou pescador, mantém amor, respeito e apego à sua terra. Patrimônio natural da humanidade.
O título de Patrimônio Mundial foi criado em 1972 pela UNESCO, com o objetivo de assegurar a gerações futuras a herança do que chamam “tesouros do passado” – Categorias históricas cultural ou natural. Atualmente, a lista inclui 690 sítios, distribuídos por 122 países. No Brasil, são 14 os Patrimônios da Humanidade: as cidades de Ouro Preto, Diamantina (MG); o Santuário de Matosinhos (em Congonhas do Campo – MG); o Plano Piloto de Brasília; o Parque Nacional do Iguaçu (PR); a reserva da Mata Atlântica do Sudeste (SP e PR); a reserva da Mata Atlântica da Costa do Descobrimento (BA e ES); as ruínas jesuíticas das Missões (RS); os centros históricos de São Luís (MA) Olinda (PE) e Salvador (BA); o Parque Nacional da Serra da Capivara; parte do Pantanal (MT e MS); e o Parque Nacional do Jaú (AM).
O Pantanal Mato-grossense, maior planície alagada do planeta, foi considerado, no dia 29 de dezembro de 2.000, Patrimônio Natural da Humanidade. Antes, havia sido considerada como Reserva da Biosfera Mundial, título concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura – a UNESCO. Na região acontece um MIX de tudo que o MS oferece de melhor. Vindo da capital, a primeira cidade é Nioaque, por ser uma das mais antigas cidades do Estado. É rica em cultura, história e arqueologia, sendo rota dos heróis brasileiros.
ARTESANTO.
Uma das principais manifestações culturais da região é representada pelo artesanato feito da reciclagem do osso bovino, couro e restos de madeira, que busca alternativas produtivas, focadas na preservação ambiental e na criação de fonte de renda sustentável para a população mais carente da região.
Outra manifestação bem importante na região é a cerâmica confeccionada pelos índios Kadiwéu, conhecida internacionalmente como Cerâmica Kadiwéu. Produzem objetos utilitários e decorativos potes, panelas, jarros, moringas, placas e animais. O artesanato da região de Campo Grande, contempla peças feitas em cerâmicas, cestarias, argila, dentre outros. A qualidade do artesanato é excelente e a variedade de estilos impressiona. Nos municípios que compõem a região existem diversas associações e grupos familiares que produzem o artesanato. Alguns com certificado de origem, emitido por entidades competentes. O artesanato indígena também se apresenta na região, principalmente por duas etnias, a Kadiwéu e a Terena. 
A região do Pantanal apresenta artesanato rico e variado, feito a partir das seguintes matérias-primas: pedra, arenito, osso e chifre de gado, cerâmica, palha, argila, madeira, fio de buriti, caraguatá, granito, carandá, bambu, couro e baguaçu.  
Em Bonito – Serra da Bodoquena, uma das principais manifestações culturais da região, é representada pelo artesanato feito da reciclagem do osso bovino, couro e restos de madeira, que busca alternativas produtivas, focadas na preservação ambiental e na criação de fonte de renda sustentável para a população mais carente da região. Nos utensílios usados para cozer alimentos não é prática aplicar decoração.
Cerâmicas moldadas no torno ou na mão, expressam as riquezas naturais da flora, fauna e a rotina do homem pantaneiro.  
Arpeixe são mulheres pescadoras, que descobrem uma nova oferenda dos peixes – o couro. E aprendem a transformar a pele de peixe em valiosos acessórios femininos feitos à mão.
A Costa Leste – MS, como as demais regiões turísticas de MS, possui expressões culturais marcantes, por meio do artesanato. Técnicas tradicionais preservadas, algumas aprimoradas, em matérias-primas da região, como madeiras, argila e fibras vegetais, ganham forma nas mãos de artistas, que traduzem o dia-a-dia das comunidades locais.
Em Três Lagoas, temos como destaque, as Gamelas em Madeira de Dona Ana Vitorino; a cerâmica artística de Edvaldo Márcio Vicente; o entalhe em madeira do Narciso; a Cestaria em Taboa de D. Maria do Rosário; e a tecelagem, tão bem representada pela família Nakamura e Dona Almerinda Melo.
Falar em artesanato em Aparecida do Taboado, é falar da Cerâmica do Sr. Eurico Pimenta, que recebe os visitantes com muita simpatia em seu sítio. Outro destaque são os balaios e baús do Sr. Birer. Em Bataguassu, na Nova Porto XV, a parada para comprar bichinhos do Pantanal é obrigatória, pois são dezenas de famílias que oferecem na beira da rodovia.

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