CULTURA/ARTESANATO – PARÁ

Música
O carimbó é considerado um gênero musical de origem indígena, porém, como diversas outras manifestações culturais brasileiras, miscigenou-se e recebeu outras influências. Seu nome, em tupi, refere-se ao tambor com o qual se marca o ritmo, o curimbó. O carimbó tem influência negra, presente no ritmo percussivo e influências portuguesas (os estalos dos dedos e palmas em algumas partes da dança) e europeias em geral, recebendo a carga melódica dos povos colonizadores. Surgida em torno de Belém, na zona do salgado (Marapanim, Curuçá, algodoal) e na ilha de marajá, passou de uma dança tradicional para um ritmo moderno, influenciando a lambada e o zouk. Na forma tradicional é acompanhada por tambores feitos com troncos de árvores. Costumam estar presentes também as maracás. 
Nos Anos 60 E 70, adicionaram-se ao carimbó instrumentos elétricos (como guitarras) e influências do merengue e da cúmbia. O ritmo tornou-se popular no Norte e Nordeste do Brasil e gerou a lambada, que se espalhou para o resto do mundo. A formação instrumental original do carimbó era composta por dois curimbós: um alto e outro baixo, em referência aos timbres (agudo e grave) dos instrumentos; uma flauta de madeira (geralmente de ébano ou acapu, aparentadas ao pife do Nordeste), maracás e uma viola cabocla de quatro cordas, posteriormente substituída pelo banjo artesanal, feito com madeira, cordas de náilon e couro de veado galheiro. Hoje o instrumenta incorpora outros instrumentos de sopro, como flautas, clarinetes e saxofones. Sendo a música preferida pelos pescadores marajoaras, embora não conhecida como carimbó até então, o ritmo atravessou a baía de Guajará e veio até as praias do Salgado paraense.
Em alguma região próxima às cidades de Marapanim e Curuçá, o gênero solidificou-se, ganhando o nome que tem hoje. Maranhãozinho, no município de Marapanim; e Aranquaim, em Curuçá, são dois dos sítios que reivindicam hoje a paternidade do gênero, sendo o primeiro o mais provável deles. Em Marapanim, na região do Salgado, – nordeste paraense -, o gênero é bastante cultivado.
Brega / Tecnobrega.
Brega é um gênero musical de cunho popular. A denominação, originalmente de cunho pejorativo e discriminatório, foi, entretanto, sendo incorporado e assumido, perdendo parcialmente com o tempo, esta acepção. Historicamente, os maiores cantores do gênero brega legítimo estão no Nordeste brasileiro, sendo dois de seus maiores ícones na atualidade o pernambucano Reginaldo Rossi e o cearense Falcão. Este último, seguindo uma linha de brega humorística.
Juntando influências do brega setentista (a partir de uma sucessiva modernização do gênero lançado por Waldick Soriano, passando por Odair José, Gretchen, Nahim, Sérgio Mallandro, entre outros) e de parte da MPB, pasteurizada pelas trilhas de novelas, a partir de 1977, surge uma série de tendências que emulam várias tendências populares. O mais recente produto do brega é o tecnobrega, uma mistura de música eletrônica com a música brega, muito popular com origem no Estado do Pará.
O tecnobrega é um gênero musical surgido no verão paraense (que ocorre nos meses de junho, julho e agosto). Tem como característica, festas das aparelhagens, com DJ’s, produtores caseiros e venda alternativa de CD’s, por meio de camelôs, para uma difusão mais rápida das músicas e de acordo com o artista.
Guitarrada
Mistura ritmos como carimbo, síria, lundu e outros gêneros populares como o Calypso ribeirinho, além de guitarradas, sintetizadores e batidas eletrônicas. Guitarrada é um gênero musical paraense, nascido da fusão do choro com carimbó, cúmbia e jovem guarda, entre outros. É também chamado de lambada instrumental. O seu criador é o Mestre Vieira. Neste estilo a guitarra elétrica é solista. Os principais representantes da atualidade são os grupos. Mestres da Guitarrada, Calypso, Cravo Carbono e o moderno Lá Pupuña, que mistura uma série de ritmos paraenses.

Lundu

Ou lundum é um gênero musical contemporâneo e uma dança brasileira de natureza híbrida, criada a partir dos batuques dos escravos trazidos ao Brasil de Angola e de ritmos portugueses. Da África, o lundu herdou a base rítmica, uma certa malemolência e seu aspecto. 
Lambada
O seu nome derivou-se de siri, influenciado pelo sotaque dos caboclos e escravos da região. Os elementos são os mesmos utilizados na dança do carimbó, porém com maiores e mais variadas evoluções. Uma emissora de rádio paraense chamava de “Lambadas” as músicas mais vibrantes. O uso transformou o adjetivo em nome próprio, batizando o ritmo, cuja paternidade é controversa, motivo de discussão entre músicos e pesquisadores paraenses.
Em 1971, a banda Os Populares, de Igarapé Mirim, gravou um LP em que duas músicas tinham os nomes de “A lambada da vassoura” e “A lambada do Paulo Ronaldo”. Era a primeira vez que alguém usava a palavra lambada para definir o ritmo. As músicas alcançaram um sucesso estrondoso. Estava lançada a lambada.
Também, é fato que o músico e compositor de Carimbó – Pinduca do Pará -, em 1976, compôs uma música intitulada “Lambada (Sambão)”, faixa número 6 do LP “No embalo do carimbó e sirimbó – vol. 5”.
Foi a segunda vez que uma gravação contém uma música sob o rótulo de “Lambada” na história da música popular brasileira. Há quem sustente a versão que o guitarrista e compositor paraense Mestre Vieira, o inventor da guitarrada, seria também o criador da lambada. Seu primeiro disco “Lambada das Quebradas”, foi gravado em 1976, mas lançado oficialmente dois anos depois, em 1978. O novo nome e a mistura do carimbó com a música metálica e eletrônica do Caribe, caíram no gosto popular, conquistou o público e se estendeu, numa primeira fase, até o Nordeste
O grande sucesso, no entanto, só aconteceu após a entrada de empresários franceses no negócio. Com uma gigantesca estrutura de marketing e músicos populares, o grupo Kaoma lançou com êxito a lambada na Europa e outros continentes.  Adaptada ao ritmo, a música boliviana “Llorando Se Fue”, tornou-se o carro chefe da novidade pelo mundo. Também há uma vertente que diz que a dança da lambada provém do forró. Seguiu-se um período intenso de composições e gravações de lambadas, tanto no mercado interno quanto externo.
Como acontece com certa frequência em outras situações, a valorização do produto só se deu após reconhecimento no exterior. Os franceses, por exemplo, compraram de uma só vez os direitos autorais de centenas de músicas. Dezenas de grupos e diversos cantores pegaram carona no sucesso do ritmo, como Beto Barbosa, Márcia Ferreira, Manezinho do Sax, etc. Outros ainda, incrementando suas carreiras, como foi o caso de Sidney Magal e Fafá de Belém. Houve também os músicos paraenses Marcelo, Sirotheau, Patrícia Rabelo e Pedrinho.
Depois dessa fase de superexposição, como acontece com quase todo fenômeno midiático, deu-se um natural desgaste com a consequente queda nas vendas, até cessar a produção. Surgida no Pará, à música lambada tem base no carimbó e na guitarrada, influenciada por vários outros ritmos, como a cumbia, o merengue e o zouk.

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