PIAUÍ

Capital: Teresina
Municípios: 224
Site: https://turismo.pi.gov.br/
Antes da colonização do Brasil, a região onde atualmente está situado o estado do Piauí, era povoada por índios de diferentes tribos. Há a estimativa de que na época da colonização, existiam cerca de 150 tribos no território do Piauí. O extermínio dos índios é o grande obstáculo para que se possa afirmar com precisão quais eram essas tribos. Sabe-se que na região, existiam índios Tremembé, Pimenteiras, Gueguês, Gamelas, Jenipapos, Guaranis, Cabuçus, Muipuras, Aitatus e Amoipirás, entre as demais tribos que foram dizimadas. Apesar das inúmeras expedições terem sido enviadas com o objetivo de ocupar a região, somente na segunda metade do século XVII a colonização foi efetivada.
Em 1661, instalaram-se na região e formaram o primeiro povoado os colonos que vieram da Bahia e do interior de São Paulo. O primeiro povoado logo foi elevado à categoria de vila, com o nome de mocha. Quando se transformou em cidade, a vila Mocha passou a ter o nome de Oeiras. Outras levas de colonos vieram do Maranhão e do Ceará, com o objetivo de desenvolver a atividade pecuária na região, o que resultou no rápido desbravamento do território. Merece destaque a história do sesmeiro Capitão Domingos Afonso Mafrese – Domingos Sertão. Ainda no século XVII, o capitão fundou trinta fazendas de pecuária, tornando-se o fazendeiro que mais prosperou na região. Deixou suas fazendas, após sua morte, para os padres da Companhia de Jesus, que desenvolveram ainda mais esse patrimônio, contribuindo significativamente para o desenvolvimento de toda a região nordeste, abastecido pela sua produção, em meados do século XVIII. Após a expulsão dos jesuítas do Brasil, as fazendas entraram em declínio. O Piauí tornou-se uma capitania em 1811, quando já tinha mais de dez vilas e centenas de fazendas de gado. A luta pela independência durou até 1823.
Outros movimentos que agitaram o Piauí foi a insurreição de cunho popular e social iniciado no Maranhão, e a partir de 1852, Teresina passou a ser a capital do estado, substituindo a cidade de Oeiras. Após a proclamação da república, a política da região se estabilizou. Dois anos depois, na Vila do Poti, hoje bairro Poti Velho, zona Norte de Teresina,

NOVA REBELIÃO DE ESCRAVOS
, nova tragédia.
O fazendeiro Manuel Lázaro de Carvalho, proprietário da fazenda Espírito Santo e um dos mais ricos do lugar, adquiriu um lote de escravos recém-chegados da África. Tinha como objetivo aumentar a sua produção agrícola. Os negros, submetidos a trabalhos pesados e a constantes castigos, decidiram reagir. E o fizeram trucidando toda a família do fazendeiro. Ao tomar conhecimento do fato, Lázaro, que estava ausente, partiu imediatamente para a fazenda. Ao chegar ao local, também foi morto pelos escravos. Apenas duas crianças, Maria Lina, de dois anos, e Cândida, de oito meses, escaparam com vida. Domiciano Carvalho, irmão de Lázaro, organizou uma milícia e escolta policial e partiu na captura dos negros rebelados. Eles foram encurralados a pouca distância e mortos a pauladas. 
Houve crimes praticados por escravos em São João da Parnaíba e Valença. Um dos mais rumorosos de que se tem notícia diz respeito ao assassinato da jovem Helena Amália Dias da Silva, filha do temível e lendário Simplício Dias da Silva, o “Simplição da Parnaíba”. Aleixo era um jovem escravo de apenas 17 anos que se apaixonou perdidamente pela sinhá-moça. Dominado pelo amor impossível, perdeu a sanidade e, no dia 5 de setembro de 1869, atacou, seviciou e tirou a vida da moça. A tragédia, ocorrida em propriedade rural da família Dias da Silva, abalou toda a comunidade. Aleixo foi preso e enforcado em praça pública.  Muitos crimes abalaram o Piauí.
O cangaço no Piauí
Existe muita controvérsia sobre datas e nomes de pessoas que iniciaram o desbravamento das terras piauienses, mas é certo que a Casa da Torre, instalada no oeste baiano, comandada por Garcia de Ávila, iniciou a ocupação das terras do Sudeste, abrindo campos para os rebanhos bovinos, que se multiplicaram rapidamente e, em paralelo, combatia os indígenas. Em termos administrativos, o Piauí esteve sob a bandeira de Pernambuco até 1701, quando em 3 de março daquele ano, uma Carta Régia enviada ao Governador de Pernambuco anexava o Piauí ao Maranhão. A autonomia veio em 1861, por meio de uma Carta Régia, datada de 19 de junho. Por aquele instrumento, a Vila da Mocha ascendia à condição de cidade e Capital da Província. Oito povoados foram alçados a condição de Vila. 
Em 13 de novembro do mesmo ano, o GOVERNADOR JOÃO PEREIRA CALDAS, impunha o nome de São José do Piauí à Capitania e mudava o nome da capital de Vila da Mocha para Oeiras. A completa independência em relação ao Maranhão somente aconteceu em 26 de setembro de 1814, quando, por força de um Decreto Real, o Governo Militar do Piauí foi separado do Governo Militar do Maranhão e, em 10 de outubro, a nova Carta Régia isentava o Piauí da jurisdição maranhense. O Piauí aderiu à declaração de independência política de D. Pedro I, feita em 7 de setembro de 1822, e foi palco de memorável batalha contra o jugo português, em 1823, a BATALHA DO JENIPAPO, em oposição às tropas de Fidié, que defendia a manutenção da Coroa Portuguesa.
O primeiro governador do Piauí foi João Pereira Caldas, nascido em agosto de 1720. Foi nomeado em julho de 1758, prestando juramento em janeiro de 1759, em Belém, no Pará.  Deslocou-se algum tempo mais tarde para o Piauí e tomou posse na Mocha, em setembro do mesmo ano. Governou durante os seis anos seguintes.
MANUEL DE SOUSA MARTINS, piauiense, agraciado com o título de Visconde de Parnaíba, transformou-se num dos mais destacados personagens da história da Província, à mercê das suas habilidades políticas. Teve papel preponderante no cenário da independência na Província, em 1823, ano em que também foi nomeado Governador, permanecendo no cargo até 1843.
Em 1850, assumia o governo outra ilustre figura da história piauiense – JOSÉ ANTÔNIO SARAIVA, nascido na Bahia, em 1823, e que teve movimentada vida política no cenário nacional – deputado, senador, ministro e presidente de várias províncias, inclusive São Paulo, além de participar de negociações relativas a pendências com países do sul do continente, em particular o Uruguai. Foi nomeado presidente do Piauí em 1850, governando até 1853. Na sua gestão, ele fundou a Vila Nova do Poti, para onde mudou a sede do governo em 1852, após o que deu à localidade nova denominação, passando a chamar-se Teresina, em homenagem a Teresa Cristina, do Paço Imperial.
Os governos monarquistas foram encerrados com Lourenço Valente de Figueiredo, presidente no momento em que a república foi proclamada. Valente foi imediatamente substituído por uma Junta Governativa Provisória. 
Em 1892, assumiu o GOVERNO CORIOLANO DE CARVALHO, originário da Escola Militar do Rio de Janeiro, com a finalidade de consolidar o novo regime no Piauí. No início dos anos 1900, começou-se a pensar em melhoramentos para a capital, com o abastecimento d’água domiciliar com canalização direta, embora a água não fosse submetida a tratamento.
O Piauí era um Estado completamente desconhecido. Arlindo Nogueira (1900/1904), Álvaro Mendes (1904/ 1907), Anísio de Abreu (1907/ 1909), que faleceu no exercício do cargo, seguido por Arlindo Nogueira, que concluiu o mandato, preocuparam-se em divulgar as riquezas (ainda não mensuradas) do Estado, particularmente de minerais. Em 1909, assumiu Antonino Freire da Silva, que procurou fomentar a agricultura e investiu no ensino e na cultura, criando a Escola Normal, a Escola Modelo e o Arquivo Público. Iniciou a implantação da energia elétrica na capital, aposentando as luminárias a óleo; aumentou a rede telegráfica, reorganizou a Polícia Militar e propiciou condições para ampliação da navegação no rio Parnaíba.
No início da década de 1920, chegou ao governo João Luís Ferreira, um dos mais lúcidos governadores que o Piauí já teve. Ciente das potencialidades do Estado, mas conhecedor da pouca disponibilidade de dinheiro, decidiu fazer aquilo que fosse possível sem onerar as gerações futuras. Concluiu muitas obras iniciadas no passado e deu exemplo de humanidade e humildade.
A Revolução de 30, fez alçar ao Governo o cearense Landri Sales, militar que assumiu na condição de Interventor. A história registra que, não obstante a insatisfação de políticos locais, Landri Sales fez uma das mais honestas e profícuas administrações e deu exemplo de “bom administrador da coisa pública”. Incentivou desenvolvimento do setor agropecuário; fundou o Núcleo Agrícola de David Caldas, na forma de Colônia; distribuiu sementes selecionadas; melhorou geneticamente os rebanhos bovinos; construiu conjuntos habitacionais e melhorou o desenvolvimento industrial. Em época mais recente, destacou-se o governador Petrônio Portella (1963/66), de Senador a presidente do Senado e do Congresso Nacional. Teve enorme influência junto aos governos militares. Faleceu em 1980.

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