CENTRO OESTE

A Região Centro-Oeste do Brasil, possui uma área de 1.606.399.509 km² e que corresponde a 18,86 % do território nacional. Apesar de ser a segunda maior região do país em extensão territorial, é a segunda menos populosa. Entre as cinco regiões é a única não banhada pelo mar. Fronteira com dois países sul americanos, Bolívia e Paraguai. Sua posição central é a única que permite ligação de fronteira com todas as outras regiões brasileiras. Ela abriga a Capital do País, Brasília, centro das decisões políticas. Possui a maior planície úmida do mundo, o Pantanal Mato-grossense. Os três estados da Região Centro-Oeste e suas capitais são: Mato Grosso (MT) – Cuiabá – Mato Grosso do Sul (MS) – Campo Grande – Goiás (GO) – Goiânia – e o Distrito Federal (DF) – Brasília.

HISTÓRIA DA REGIÃO CENTRO-OESTE.

Durante os séculos XVI, XVII e XVIII, com o objetivo de descobrir ouro e pedras preciosas, os bandeirantes, partindo da vila de São Paulo, iniciaram a ocupação da região Centro-Oeste, que antes era uma área praticamente esquecida pelos colonizadores. As cidades de Cuiabá, Rosário do Oeste, Diamantino e Poconé – no Mato Grosso e Goiás -, Luziânia, Rio Verde e Jaraguá – no estado de Goiás -, surgiram com a mineração. Fortificações militares deram origem a cidade de Corumbá no Mato Grosso do Sul e Cárceres no estado de Mato Grosso.
Em 1890, o militar Marechal Cândido Rondon, nascido em Mato Grosso, de origem indígena, comandou a construção de uma linha telegráfica entre Cuiabá e a região do Rio Araguaia, que posteriormente foi estendida até Goiás. Em 1914, foi inaugurada a Ferrovia Novo Este, que saindo de Bauru (SP), chega até Corumbá, no Mato Grosso do Sul. Goiânia, a capital de Goiás, projetada e construída para abrigar uma população de 50 mil pessoas, só foi fundada em 1937.
Para estimular o crescimento da Região Centro-Oeste, em 1940, o Governo Federal criou duas áreas de colonização: a Colônia Dourados, ao sul de Campo Grande e a Colônia de Goiás, ao norte de Goiânia. A inauguração de Brasília, a capital do País, em 1960, pelo presidente Juscelino Kubitschek, atraiu para a região migrantes de todo o Brasil.
Vegetação da Região Centro-Oeste.
A região Centro-Oeste está localizada, em sua maior parte, no Domínio do Cerrado. Essa vegetação é composta de árvores tortuosas, entre as quais nascem gramíneas apropriadas para o pasto do gado. O cerrado possui espécies típicas como o ipê, o pau serra, a lixeira e o pequi, cujo fruto é muito consumido na região. A constante exploração das formações vegetais, principalmente para fabricação de carvão vegetal, usado nas indústrias da região e parte do Sudeste, destruiu grande parte do cerrado. A Região Centro-Oeste ainda mantém preservada uma grande área de Floresta Amazônica, no norte de Mato Grosso.
O Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense, criado em 1981, tem 95% de seus 1.350 km² em áreas alagáveis. Localizado no chamado Complexo do Pantanal, o parque abriga paisagens de campos e florestas.
Outros parques da região: Chapada dos Guimarães em Mato Grosso, Chapada dos Veadeiros e Emas em Goiás e Serra da Bodoquena em Mato Grosso do Sul.

Clima da Região Centro-Oeste.
Na região Centro-Oeste predomina o clima tropical semiúmido, com a presença de duas estações bem definidas: um verão úmido, com chuvas entre os meses de março a outubro; e um clima seco durante o inverno, entre os meses de abril a setembro, com temperaturas que variam em torno de 25 e 19 graus. Em Brasília e cidades vizinhas, o clima seco faz a umidade do ar cair para 12% nos meses de agosto. Nas regiões mais elevadas do Planalto Central predomina o clima tropical de altitude, onde nos meses mais frios pode ocorrer a precipitação de geada.

Relevo da Região Centro-Oeste.
A região Centro-Oeste é ocupada em grande extensão pelo Planalto Central, chegando a atingir altitudes superiores a 1000 metros. Compreende todo o Estado de Goiás e o Distrito Federal, recebendo o nome local de Planalto Goiano, seguindo para o oeste até a planície do Araguaia e ao sul até o Planalto Sedimentar da Bacia do Rio Paraná. O Planalto Meridional se estende nos estados de Mato Grosso do Sul e Goiás, apresentando um solo fértil formado pela terra roxa. A Planície do Pantanal caracteriza-se por apresentar, em algumas épocas do ano, regiões alagadas devido às cheias do rio Paraguai e seus afluentes. A região Centro-Oeste é banhada por vários rios, que fazem parte da Bacia Amazônica, da Bacia do Paraná e da Bacia do Rio Paraguai. Os rios Juruena, Arinos e o Xingu, banham o norte do Estado de Mato Grosso, vindos da Bacia Amazônica. Os rios que formam a Bacia Hidrográfica do Paraná são os rios Paraná e o Parnaíba. São rios de planalto que se apresentam com grandes quedas d’água. Para tornar o rio navegável, foram construídas eclusas, junto das barragens das hidrelétricas de Barra Bonita, Jupiá, Três Irmãos e outras.
As regiões de planície do Pantanal são drenadas pelo rio Paraguai, que tem a maior bacia Hidrográfica da Região Centro-Oeste. O rio Paraguai, junto com os afluentes, o Miranda, Taquari, Cuiabá e Aquidauana, que ocupam a região do pantanal, nos períodos chuvosos transbordam e ocupam vários quilômetros de suas margens.

Economia da Região Centro-Oeste.
Com a construção de grandes rodovias ligando o Centro-Oeste às demais regiões do país e com a navegabilidade dos rios, a região passou a fornecer produtos para abastecer as indústrias, principalmente do sudeste do país e também para exportação. A Ferronorte, com projeto que pretende interligar Cuiabá à Rede Ferroviária do Estado de São Paulo e à Hidrovia Tietê-Paraná, permitirá o escoamento da produção da região. Uma outra etapa dessa ferrovia, está prevista estendê-la até Santarém, no Pará e Porto Velho, em Rondônia.
Na região Centro-Oeste, a agricultura comercial é praticada em larga escala, onde destacam-se o milho, arroz, feijão, café, algodão, o trigo e a soja, que é um dos principais produtos da região. Na pecuária, destaca-se a criação de gado, de corte e de leite, a criação de equinos e suínos. No Distrito Agroindustrial de Anápolis, em Goiás, o maior do estado, por oferecer total infraestrutura, atraiu vários investimentos para a região. Estão instaladas indústrias farmacêuticas de pequeno e grande porte, indústria de fertilizantes, madeireiras, indústria automobilística e de maquinário agrícola, entre outras. No Maciço do Urucum, nas proximidades de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, destaca-se a atividade mineradora de ferro e do minério de manganês, uma das maiores do mundo.
Fonte. Juliana Bezerra – Professora de História

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