BAHIA

Capital: Salvador
Municípios: 417
Site: http://www.setur.ba.gov.br/
A BAHIA SE CONFUNDE COM A PRÓPRIA HISTÓRIA DO PAÍS. Em Porto Seguro, no Extremo Sul da Bahia, no ano de 1500, o Brasil foi descoberto com a chegada dos portugueses e a celebração da primeira missa, em Coroa Vermelha, por frei Henrique Soares de Coimbra. Nesses cinco séculos de muitas histórias, a Bahia foi palco de invasões, como a Holandesa, das guerras pela Independência, de conflitos revoltas, como a Sabinada e do Malês. No século XVI, a Bahia foi movida pela economia do pau-brasil e da cana-de-açúcar, seguida pelo ciclo do ouro e do diamante. A fase áurea da cana-de-açúcar proporcionou o surgimento da nobreza colonial, provocando um aumento populacional e financeiro, principalmente na capital, o que pode ser comprovado pelas construções das principais igrejas da cidade, como a de São Francisco, a igreja de ouro, a venerável Ordem Terceira de São Francisco, com fachada em barroco espanhol, e a Catedral Basílica, onde está o túmulo de Mende Sá, o terceiro governador-geral do Brasil, e a cela onde morreu o padre Antônio Vieira.
O descobrimento do Brasil foi resultado da expansão colonialista europeia. No ano de 1500, em março, uma esquadra portuguesa comandada pelo fidalgo Pedro Álvares Cabral, viajando para a Índia, desviou-se de sua rota. Seguindo sinais de terra próxima, no entardecer do dia 22 de abril, atingiu um ponto do litoral sul do atual estado da Bahia. Em 24 de abril, as esquadras comandadas por Cabral velejaram à procura de um melhor porto para ancorar seus navios. Encontraram um “muito bom e seguro”, no local denominado hoje de Baía Cabrália. A primeira missa foi celebrada no dia 26, num domingo, pelo frei Henrique Soares Coimbra, franciscano que ia para a Índia, no ilhéu Coroa Vermelha. No dia seguinte, foi cortada a primeira madeira com que se fez uma cruz para ser celebrada a segunda missa, em 1º de maio. No mesmo dia, Cabral partia para Índia, enquanto outro fidalgo, Gaspar de Lemos, seguia para Lisboa, levando a notícia do descobrimento para o rei de Portugal, Dom Manuel I.
Na terra, chamada por Cabral, de Vera Cruz, ficou dois homens para se entender com os nativos. Em 1º de maio no mesmo dia, Cabral partiu para a Índia. Em 1501, os portugueses organizaram uma nova expedição, desta vez de reconhecimento à terra descoberta no ano anterior. Pilotada pelo navegador florentino Américo Vespúcio, a esquadra portuguesa chega em 1º de novembro a um grande golfo, a Baía de Todos-os-Santos. 
Em 1504, a Bahia foi descoberta no período em que o comércio com os portos índicos era bastante compensador para Portugal. Desta forma, o Reino não tinha motivos para dedicar muita atenção a sua nova colônia. Somente depois de atravessar uma grave crise financeira e verificar incursões dos franceses no litoral brasileiro é que os portugueses sentiram a necessidade de tomar posse da nova terra.
Aconselhado, D. João III decidiu dividir a colônia, doando-a sob forma de CAPITANIAS HEREDITÁRIAS. No território da Bahia foram doados cinco Capitanias da Bahia de Todos os Santos, a Francisco Pereira Coutinho; de Porto Seguro, a Pero de Campos Tourinho; de Ilhéus, a Jorge de Figueiredo Correia; de Itaparica, ao 1º Conde de Castanheira, Dom Antônio de Ataíde; e a do Recôncavo, a Álvaro da Costa.
Assim, em 29 de março, aportou na Baía de Todos os Santos, com a necessidade de se criar um centro político e administrativo, capaz de congregar todas as capitanias, que foi instituído, em 1549.
Nesse mesmo período, aportou na Baía de Todos os Santos o primeiro governador-geral, o FIDALGO PORTUGUÊS TOMÉ DE SOUSA. Além de colonos e subalternos da Coroa, Tomé de Sousa conduzia os seis primeiros religiosos da Companhia de Jesus, chefiados pelo PADRE MANOEL DA NÓBREGA. Logo depois foi criado o primeiro bispado da colônia, ocupado por dom Pero Fernandes Sardinha. No fim do século XVIII, a Bahia era um dos principais núcleos coloniais do Brasil, com sua economia voltada para o mercado exterior e toda baseada no trabalho escravo. 
Os reflexos da vitoriosa Revolução Francesa chegavam à Bahia e os livros de Voltaire, Montesquieu e Roseau, que estavam proibidos por leis severíssimas, colocavam em evidência as novas ideias de estado republicano e democrático, na maioria da Nação, com respeito às liberdades e princípio de igualdade às pessoas perante a lei.

A revolução de 1817

Os movimentos de insatisfação com a condição de colônia e reino que o Brasil mantinha ao longo de sua história começaram a ser deflagrados em 1817. Mesmo com a brutal repressão ao movimento de Conjuração dos Alfaiates e com a chamada Revolução de 1817, uma nova onda revolucionária surgia em Portugal, e, em 1821, a revolução constitucionalista chegava ao Brasil
Dela resultou a decisão de incluir deputados brasileiros para representar a colônia nas discussões da futura Carta Constitucional. Foram eleitos no dia 03 de setembro de 1821, quatro baianos: José Lino Coutinho, Cipriano Barata, Domingos Borges de Barros e o padre Francisco Agostinho Gomes. Príncipe regente D. Pedro.
Ainda assim, as insatisfações com a condição de colônia não sanaram e levaram o príncipe regente D. Pedro a negar obediência à Corte de Lisboa em janeiro de 1822, tornando-se assim ponto de apoio e união para o movimento pela independência. Porém, para controlar e dominar toda a região, o príncipe regente substituiu oficiais brasileiros por portugueses no comando das Armas. Para a Bahia foi designado o brigadeiro Inácio Madeira de Melo. Apontando incorreções no decreto de nomeação do brigadeiro, a Câmara recusou-o, negando-se dar posse ao novo comandante. A partir daí, houve choque entre portugueses e brasileiros. Os soldados lusos tomaram a cidade e praticou muitos absurdos, como a invasão do Convento da Lapa, ocasião em que assassinaram a madre Joana Angélica, que defendeu a porta da clausura.

INDEPENDÊNCIA DA BAHIA
 
Os baianos não aceitaram a perda da cidade, e começou então um período de intensa guerrilha urbana, culminando com um grande cerco a Salvador, no dia 02 de julho, data em que se comemora a Independência da Bahia. Ao redor desses ideais revolucionários, formou-se um grupo de baianos que pensava na fundação de uma república representativa, onde os líderes do povo seriam eleitos e sob a qual existiria a igualdade. Esses revolucionários baianos de 1798, como os de Minas Gerais, de 1789, ainda estavam em fase de conversas, quando foram descobertos. Editaram apenas dois boletins. Foram presos e condenados à morte.
Em 1553, chega, para substituir Tomé de Sousa, Duarte da Costa. Trouxe em sua comitiva alguns jesuítas, dentre eles JOSÉ DE ANCHIETA. Mende Sá substituiu Duarte da Costa. Seu governo foi marcado pela harmonia com a Igreja, ao contrário do seu antecessor. Até a invasão holandesa, mais 12 portugueses governaram o Brasil, cuja sede era a Bahia. O vasto território da Bahia foi lentamente povoado com contribuição de TRÊS GRUPOS HUMANOS: o índio (nativo), o negro (africano) e o branco (europeu). 
O povo indígena já se encontrava aqui. O africano e o europeu foram trazidos para as atividades de colonização. Talvez seja exatamente esta mistura de raças, tão peculiar à Bahia, que provocou o misticismo que caracteriza o estado. A miscigenação das raças deu origem aos mestiços. Do africano e português surgiu o mulato. Do índio com o português, o Mameluco ou Caboclo, e do africano com o índio, o cafuzo. Ainda assim, cada um desses três grupos deixou um colorido próprio na formação baiana, contribuindo principalmente na cultura da terra, que é muito rica de componentes desses três elementos.
Cultura Pátria da diversidade cultural, a Bahia apresenta o seu tabuleiro de roteiros. Depois de se desligar do domínio espanhol, a Holanda necessitava de colônias ou de produtos das colônias tropicais para sobreviver. A Bahia foi escolhida para a primeira grande invasão. Era então governador-geral da colônia D. Diogo Mendonça Furtado. Preocupado com o despreparo bélico do Brasil, Mendonça Furtado entrou em choque com a Igreja, que não via necessidade de preocupações militares. Mesmo assim, os holandeses não tiveram muitos problemas para tomar a cidade. Em 09 de Maio de 1624, a ESQUADRA HOLANDESA, sob o comando de Jacob Willekens, aportou no Farol da Barra. Após alvejar os canhões da Ponta do Padrão, os 3.400 homens que compunham a esquadra holandesa não levaram muito tempo para render o governador-geral, que foi aprisionado na chamada Casa dos Governadores.  
A permanência dos holandeses em terras baianas, no entanto, foi curta. Em 27 de março de 1625, a ESQUADRA DE REFORÇO PORTUGUESA, comandada pelo espanhol D. Fradique de Toledo Osório, chegou a terras baianas. Foram mais de 40 dias de batalha e, em 1º de maio, houve a primeira rendição.
Outras tentativas de invasão dos holandeses foram registradas na Bahia, mas nenhuma delas foi bem-sucedida. A Bahia ficou como o centro da luta pela expulsão dos holandeses, que chegaram a ocupar Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte.

A GUERRA DE CANUDOS
 foi um lastimável e sangrento conflito armado, iniciado em novembro de 1896, envolvendo de um lado pobres sertanejos, que viviam em casebres miseráveis no interior da Bahia, seguidores do LÍDER RELIGIOSO ANTÔNIO CONSELHEIRO, e de outro lado as tropas regulares fortemente armadas do Exército. Brasileiro da Primeira República, durante a presidência de Prudente de Morais.
O assunto já foi tema de muitas pesquisas históricas, em virtude da repercussão social que alcançou da enorme quantidade de vítimas, da selvageria com que os prisioneiros foram tratados, e da heroica resistência que um grupo de miseráveis maltrapilhos impôs contra as tropas oficiais do exército, bem treinadas e fortemente armadas. Calcula-se que tenham morrido mais de 25.000 pessoas durante os combates! Na verdade, Canudos se chamava Comunidade de Belo Monte e era uma espécie de quilombo, onde se abrigavam maltrapilhos, negros, índios, sertanejos desempregados, jagunços e escravos, formando uma comunidade que procurava se unir para escapar da seca, da fome, da miséria e das condições adversas da sociedade nordestina daquela época.
“As causas da Guerra de Canudos foram: por parte da Igreja, a perseguição de Antônio Conselheiro, o beato que fazia com que ela perdesse fiéis; por parte dos latifundiários, tentar dar um fim à ocupação de terras e lutas pelo fim da miséria no Nordeste; para o governo baiano, a pressão dos dois últimos setores; e para o governo federal, um impedimento de crise à implementação da República, que estava em curso.”
Veja mais sobre “Guerra de Canudos” em: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/canudos.htm

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