CULTURA AMAZÔNICA. A Amazônia está sempre em moda. Ano a ano assistimos a um constante e cada vez mais intenso refervilhar de interesses em torno da Amazônia. Seja na mídia, nos livros, no imaginário coletivo. Principalmente, desde Chico Mendes, os movimentos ambientalistas ganharam expressividade por essas bandas. Cada vez mais ONG’s e cientistas chegam nessas paragens bravias e despovoadas. E, conseqüentemente, aumentam também os índices da biopirataria e do lucro da exploração dos recursos naturais, em proporção direta ao da diminuição da biodiversidade, da revogabilidade da vida, da disponibilidade e viabilidade dos recursos para o ser humano. Ao mesmo tempo, faz-se uma infeliz tentativa, pelo menos ideológica, de uniformizar e generalizar sempre mais a Amazônia. Quem não a conhece, mesmo sendo brasileiro, associa a ela a ideia de índios, floresta equatorial, rio Amazonas, bichos… e, na maioria das vezes, com a conotação mais pejorativa possível. Parece haver um esquecimento de que, ao toque do projeto “civilizatório” europeu, nada permanece como era. Aqui não foi diferente. Há desertos no meio da floresta, como já havia também vegetações de cerrado ao norte. Os povos indígenas já não são, há muito tempo, os únicos habitantes da região. Há muito concreto no meio da floresta e mais da metade da população amazônica vive nas cidades. As periferias de Manaus incham num ritmo acelerado, junto com todos os problemas sociais e ambientais decorrentes desse inchamento. Ao lado do mítico, do folclórico e do lendário, floresce uma produção científica, tecnológica, industrial já não mais insipiente e desprezível. Região em que se localiza o Estado do Amazonas, a Amazônia comporta uma diversidade cultural surpreendente até mesmo para seus próprios habitantes, decorrente, sobretudo, de sua formação étnica, em que o elemento indígena foi aos poucos absorvendo as influências africanas e europeias, particularmente de portugueses e espanhóis, além de outras correntes migratórias que vieram contribuir para o cadinho amazônico. Daí o amazonense refletir em sua cultura manifestações tão distintas umas das outras, como o ritual da Moça Nova, realizado na região do alto rio Solimões; o Festival Amazonas de Ópera, apresentado no suntuoso Teatro Amazonas, em Manaus; e o carnaval de rua, que acontece praticamente em todas as sedes municipais. Com seu referencial simbólico enraizado em três matrizes étnicas bem distintas entre si, o amazonense traduz esse simbolismo de forma exuberante durante o FESTIVAL FOLCLÓRICO DE PARINTINS, com o duelo de bumbás em uma festa de explosão de cores, sons e ritmos em que a rica mitologia amazônica se transforma em enredos e coreografias, que atrai e encanta gente de todas as partes do mundo. Esta manifestação folclórica está cada vez mais comprometida com os aspectos ecológicos que envolvem a conservação da Amazônia como um todo e, particularmente, do Amazonas, Estado que apresenta uma das mais intocadas florestas de todos os demais estados que compõem a região.
O ARTESANATO DA AMAZÔNIA. O artesanato feito por ribeirinhos e indígenas do Amazonas passou a ser vendido na loja virtual “Jirau da Amazônia”, um site de e-commerce, fruto de uma parceria entre comunidades tradicionais, a Fundação Amazonas Sustentável (FAS) e o site Americanas.com. Joias, acessórios e artigos de casa e decoração feitos de sementes, fibras e madeiras da floresta ficam à disposição por meio de um endereço eletrônico situado em americanas.com.br/marca/jirau. Fruteiras, cestos, jogos americanos, abanos, colares, bolsas, luminárias, redes e óculos estão entre os produtos à venda no “Jirau”. Da floresta para a internet! A loja on-line contribui para alavancar o empreendedorismo comunitário, gerando renda às populações que vivem de artesanato em comunidades localizadas em Unidades de Conservação (UC) do Amazonas, além de ampliar o acesso de pessoas de todo o país a produtos artesanais feitos na floresta amazônica.