CULTURA A cultura de Tocantins é marcante em locais com a Ilha do Bananal, rio Formoso, rio Javaé, praia do Porto Piauí, aldeia Javaé, lagoa Morro Azul, Morro Azul e Casa de Pedra. As principais festas populares são: o São João Batista, Festa do Índio, Festa do Arroz, Festa da Soja e aniversário da cidade. Seu padroeiro é São João Batista, celebrado no dia 24 de junho. CULTURA NA RELIGIOSIDADE Os traços marcantes e a grandeza da religiosidade de uma cultura secular uniram fé e tradição expressadas num ritual cristão, durante os Festejos de NOSSA SENHORA DA NATIVIDADE, no município de Natividade – integrando o roteiro turístico histórico e cultural do Tocantins, divulgado pela Agência de Desenvolvimento Turístico (ADETUC). Uma procissão de fé, seguida da celebração da missa solene, no dia dedicado à santa, na Igreja que tem seu nome, localizada na Praça da Matriz, marca o evento. Barracas montadas, leilões, vendedores ambulantes integram o cenário que tem também, como ponto alto, A CAVALGADA pelas ruas, partindo da feira municipal até o templo sagrado, construído ainda no século XVIII. Os fiéis peregrinaram pelas ruas centenárias em caminhada, momento que conta sempre com a presença de romeiros. Alguns deles vindos de cidades como Palmas, Almas, Dianópolis, Conceição do Tocantins, Taipas e Mateiros, no Jalapão. São muitas as candeias acesas, conduzidas pelas pessoas, além de velas, bandeiras e terços, que dão um caráter diferenciado, com os cânticos das senhoras devotas. Exemplo dado por dona Felícia da Consolação, que todos os anos vem da zona rural para fazer esta contemplação. Por muitos anos as comunidades quilombolas viveram à margem social, carregando o mesmo peso do preconceito que sofreram os seus ancestrais – os escravos que fugiam das senzalas e se refugiavam em áreas rurais desabitadas, formando agrupamentos chamados de quilombos. DANÇAS SÚSSIA E JIQUITAIA. O som agitado da Sússia, marcado pelo ritmo dos tambores e cuícas, conduz homens e mulheres a uma espécie de bailado, em que giram em círculos. São características que levam a crer que esta dança folclórica tenha origem no período de escravidão. A dança Sússia está presente em cidades do Sudeste do Tocantins (Paraná, Santa Rosa do Tocantins, Monte do Carmo, Natividade, Conceição do Tocantins, Peixe, Tocantinópolis), região onde a influência negra é mais marcante. A Jiquitaia é um passo da dança da Sússia. A Catira é dançada em círculo. Aos pares, homens e mulheres dançam ao som do barulho produzido por suas mãos e pés, num sapateado compassado. É comum a Sússia ser dançada entre os grupos que fazem parte de manifestações religiosas do Estado, como os giros das folias de reis e do Divino Espírito Santo. Os Catireiros são músicos repentistas, que cantam seus poemas ao som do pandeiro, da caixa e da viola.
ROMARIA DO BONFIM. Pelos milhares de fiéis que atrai anualmente, a Romaria do Bonfim é a manifestação religiosa mais popular do estado do Tocantins, celebrada nos municípios de Natividade, na região sudeste, e em Araguacema, no sudoeste. Em Natividade, a celebração à imagem do Cristo crucificado, já dura quase 200 anos e costuma atrair mais de 50 mil pessoas, do Tocantins e de diversos estados brasileiros. Realizada sempre na primeira quinzena do mês de agosto, as comemorações duram mais de 10 dias. Para chegar até o pequeno povoado onde acontecem os louvores, muitos fiéis seguem em peregrinação, durante noites e dias seguidos. No município de Araguacema, a Romaria do Bonfim teve início em 1932, e costuma reunir cerca de 10 mil pessoas, do Tocantins e do Sul do Pará. Nos dois municípios, a peregrinação surgiu a partir de imagens de Cristo encontradas, por acaso, no meio de matas. FESTA DO DIVINO ESPÍRITO SANTO. A folia do Divino é uma manifestação que anuncia a presença do Espírito Santo, através da romaria e do giro da folia do divino. Representando as andanças de Jesus Cristo e seus 12 apóstolos, um grupo de homens montados a cavalo, conduzido por um alferes, faz uma jornada pelo sertão durante 40 dias. Neste período, eles percorrem as casas dos lavradores, abençoando as famílias e convidando a todos para a festa da hóstia consagrada, cuja data se aproxima. Durante este giro pelo sertão, os foliões também recolhem donativos para a festa. Já na romaria, numa manifestação religiosa, os fiéis conduzem a bandeira do Divino Espírito Santo.
ARTESANATO. A Diretoria de Artesanato da Secretaria de Estado da Cultura, tem o objetivo de promover as atividades do artesanato do Estado, contribuindo para a divulgação, expansão, geração de emprego e renda das associações e artesãos em geral. Dentro das atribuições, estão cursos de comercialização e design, com as associações de artesãos; adequação das peças ao mercado e exposição em feiras nacionais e internacionais. BURITI E BABAÇU – Artesanato em buriti da palha do babaçu e do buriti, duas espécies de palmeiras comuns na região Norte do Brasil, surgem esteiras, chapéus, cestos e uma infinidade de produtos utilizados há muito tempo pelos indígenas e pelos sertanejos tocantinenses, mas que somente agora vem ganhando status de artesanato decorativo. Das fibras podem surgir as mais variadas peças. Como coadjuvantes de outras matérias-primas, servem para amarrar peças em capim dourado ou surgem como detalhes de produtos em madeira. Largamente utilizadas pelos povos indígenas e difundidas em todo o Estado, as fibras demonstram toda sua versatilidade, de acordo com os costumes de cada região. CERÂMICA DE LAJEADO – Distante 54 km da Capital tocantinense, Palmas, situa-se Lajeado. Uma pequena cidade cercada por vários atrativos turísticos, como serras e cachoeiras, de onde sai um dos mais belos artesanatos da região. Sua cerâmica se destaca por um pequeno detalhe: depois da descoberta de dezenas de sítios arqueológicos na região, com o registro da presença humana em tempos pré-históricos, através de pinturas rupestres e vestígios de cerâmica, seus artesãos passaram a trabalhar com os mesmos traços dos primeiros moradores da localidade. Hoje, a cerâmica ganha tons avermelhados. Após ser levada ao forno, é transformada em objetos ao mesmo tempo decorativos e utilitários. São jogos de pratos, panelas, jarros, copos, xícaras – mais de 50 itens, que trazem detalhes com desenhos rupestres. Traços que se destacam pela simplicidade e delicadeza e demonstram o zelo dos artesãos que encontraram neste ofício a possibilidade de conquistar o mercado brasileiro e internacional.
CRISTALÂNDIA – Conhecida como cidade dos cristais, foi instalada na região uma beneficiadora, com capacidade para até 600 kg de pedras; os maiores compradores dos seus cristais são a Alemanha e Portugal. O quartzo é um mineral abundante e que pode ser utilizado como areia para moldes de fundição, fabricação de vidro, esmalte, saponáceos, abrasivos, lixas, fibras óticas, refratários, cerâmica, produtos eletrônicos, relógios, indústria de ornamentos; fabricação de instrumentos óticos, de vasilhas químicas e etc. É muito utilizado também na construção civil como areia e na confecção de joias baratas, em objetos ornamentais e enfeites, na confecção de cinzeiros, colares, pulseiras, pequenas esculturas etc. Hoje no Tocantins, o quartzo e o cristal podem ser encontrados em Paranã, Jaú do Tocantins, Araguanã, Xambioá, Dueré, Monte Santo, Ipueiras, Cristalândia, Pium e Araguatins.
CERÂMICA KARAJÁ – A produção artesanal dos povos indígenas do Tocantins é rica, diversificada e se mistura ao cotidiano. É uma das mais belas e significantes expressões da nossa arte tradicional. O povo Iny é excelente artesão de arte plumária (confecção de haretôs, colares, brincos, braçadeiras e tornozeleiras), cerâmicas (potes, pratos, tigelas e bonecas ornamentais – ritxòò) e cestarias, que serve para transporte e armazenamento de mantimentos. O Xerente (Akwê), considerado o povo do traçado, utiliza a seda do buriti e o capim dourado para a confecção de cestarias, bolsas e enfeites com sementes do capim tiririca (capim navalha), mulungu e sabonete. OURO DO JALAPÃO – O capim dourado só brota nas veredas do Jalapão. E é utilizando sua haste fina e de intenso brilho metálico que as mulheres do lugar, com mãos habilidosas, transformam o capim em uma diversidade de peças artesanais, como bolsas, brincos, pulseiras, chapéus, mandalas, cestas e diversos objetos de decoração. Peças de beleza única, que ultrapassaram os limites do Tocantins, conquistando mercado em todos os estados brasileiros e também no exterior. A ARTE DE TRABALHAR COM O CAPIM DOURADO foi ensinada às mulheres do local por pessoas como a Dona Miúda, uma matriarca do povoado de Mumbuca, município de Mateiros. Antes, a técnica foi passada pelos índios que habitavam a região à avó de Dona Miúda e depois à sua mãe. Hoje, as técnicas do artesanato em capim dourado continuam sendo ensinadas, de geração a geração, no povoado de Mumbuca e também nas cidades de Mateiros, Ponte Alta, Novo Acordo, Santa Tereza, Lagoa do Tocantins e na Prata, um vilarejo do município de São Felix do Jalapão. O capim – na verdade, o que se chama de capim dourado (syngonanthus nitens) – é a haste de uma pequena flor branca, da família das sempre-vivas. É na flor que se encontram as sementes, que garantem a perpetuação da planta (nativa do Jalapão) e a renda para centenas de famílias.