A CULTURA DO ACRE é muito parecida com a dos outros Estados da região Norte. A comida típica utiliza o pato e o pirarucu, que herdou dos índios, e o bobó de camarão, vatapá e carne de sol com macaxeira, trazidos do Nordeste brasileiro logo quando iniciou a extração do látex, já que muitos nordestinos migraram para o Acre tentando uma melhor qualidade de vida. Do seringal surgiu a figura do seringueiro, Seringueiro-patrão ou seringalista, beneficiário do crédito da casa aviadora; e seringueiro-extrator, subordinado ao patrão. Um morando no barracão, sempre localizado à beira do rio, e o outro, na barraca, no meio da selva. O seringueiro colaborou em momentos importantes da história brasileira para o desenvolvimento do país, trabalhando duro na extração do látex na floresta amazônica. Da floresta também surgiu um homem chamado Chico Mendes, que hoje é considerado referência internacional na luta em defesa da Amazônia; Chico Mendes foi assassinado em 22 de dezembro de 1988 e ganhou um prêmio único da ONU, o Prêmio Global 500 Anos. Em Rio Branco encontra-se uma comunidade religiosa chamada Alto Santo (Centro de Iluminação Cristã Universal), que pratica o RITUAL DO SANTO DAIME, típico do Acre, de origem indígena, que usa o Daime, um chá natural feito com folhas e cipó, usado pelos índios como forma de aproximação a Deus, todos tomam o chá, inclusive as crianças e os idosos. Os integrantes usam fardas de marinheiro e cantam o hinário, intercalando com Ave-Marias e Pai-Nosso.
O ARTESANATO DO ACRE. No artesanato temos os artigos confeccionados com materiais extraídos da floresta amazônica. A diversidade cultural e natural do Acre pode ser vislumbrada através de sua arte e pelo seu rico artesanato. Flora, fauna, religiosidade, questões étnicas, folclóricas ou as marcas da cultura local ressaltam a identidade do seu povo e do artesanato acreano. Embora sua definição ainda gere controvérsias, independentemente da matéria-prima utilizada – natural, reciclada ou industrializada – e da técnica empregada ou tipologia, o produto artesanal é indiscutivelmente fruto da criatividade do artesão, do seu conhecimento e da influência do meio em que vive. A variedade de produtos apresentados nos diversos municípios do Acre contempla inúmeras técnicas e tipologias, influenciados pela vocação artesanal e artística local e pela disponibilidade de recursos da biodiversidade de cada região, que vai desde sementes, fibras, cerâmica, madeira, couro, passando por diversos outros materiais como fios, metais, tecidos e até materiais inusitados e alternativos como pet, ferragens, pvc, papel, entre outros. Esses materiais ao receberem o toque do artesão, a aplicação da técnica, a bagagem cultural e seu talento, associado ao uso do design como ferramenta de inovação e inspiração da identidade cultural, tornam-se produtos que se prestam a múltiplos usos, transformando-se em coleções de produtos com valor agregado. A criatividade que caracteriza o povo acreano e os artesãos e artistas populares em particular, os materiais utilizados e as técnicas empregadas na confecção dos produtos artesanais, aliados às estratégias e acesso e de posicionamento no mercado, traduzem a sua identidade e a riqueza cultural de cada região. Toda essa riqueza, aliada aos atrativos naturais e à simpatia do seu povo, atraem e seduzem admiradores do mundo inteiro, transformando-os em consumidores em potencial e colocando o Acre entre os estados com maior potencial econômico para a produção e venda do artesanato.