CULTURA. O Espírito Santo é um caldeirão de diversidade cultural. A rica combinação é uma mistura dos costumes e das tradições indígenas, africanas e dos diversos imigrantes (italianos, alemães, Pomerano, libaneses, entre outros), que fixaram residência no Estado. As manifestações culturais são singulares e podem ser observadas através das danças, das festas, do artesanato e dos costumes de cada município. O CONGO é o ritmo mais tradicional capixaba, conhecido em todo o Estado. Ele faz referência aos escravos, aos santos de devoção, ao amor e ao mar. Além dele, o ticumbi também é marcante, com sons de violas e pandeiros, e cantorias em versos e rimas em louvor a São Benedito. O Encontro Nacional de Folia de Reis e o Boi Pintadinho, no Carnaval, no município de Muqui, também são duas manifestações culturais tradicionais capixabas. A PANELA DE BARRO é a maior representação do artesanato e da cultura capixaba. De origem indígena, é uma tradição passada de mãe para filhas há pelo menos 400 anos. O feitio da panela de barro é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O Espírito Santo também tem um rico patrimônio histórico-cultural. É possível fazer uma viagem entre o passado e o presente nos CASARIOS DE MUQUI, com mais de duzentas construções tombadas; no Porto de São Mateus; em Santa Leopoldina, que recebeu a visita de D. Pedro II; no Convento da Penha e nas construções do Centro de Vitória. TURISMO RELIGIOSO. O Espírito Santo tem forte vocação para o turismo religioso. Além dos monumentos, manifestações acontecem durante o ano todo e são responsáveis por grande parte da movimentação turística desse segmento no Estado. A maior delas é a Festa da Penha, uma homenagem à padroeira do Estado, que recebe cerca de 1,5 milhão de turistas e visitantes durante oito dias de celebrações que acontecem na Grande Vitória, especialmente no CONVENTO DA PENHA. Outra manifestação religiosa muito popular é a FESTA DE SÃO BENEDITO, uma tradição comemorada em vários municípios do Estado. Além disso, Os Passos de Anchieta, a festa de Corpus Christi de Castelo e seus tapetes e o Circuito Caminhos da Sabedoria refletem bem essa busca pela fé e pela espiritualidade, sempre tão presentes na história e na cultura do Estado.
Em relação aos monumentos, em Vitória são destaques, a CATEDRAL METROPOLITANA, construída no século XX em estilo neogótico, com seus vitrais valiosos, e o Santuário-Basílica de Santo Antônio, construído na década de 60, dotado de três cúpulas, com arquitetura em estilo barroco, sendo uma réplica de um templo italiano do século XVI consagrado à Maria, na cidade italiana de Todi. Em Vila Velha, fica a IGREJA DO ROSÁRIO, a mais antiga do Brasil em atividade, com sua construção iniciada em 1535, logo após a chegada do donatário, sob a forma de capela. Recebeu naquela época o acréscimo de uma nave maior e o nome de Igreja Santa Catarina, sendo posteriormente denominada de Igreja do Rosário. Ela é um bem tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Outra IGREJA HISTÓRICA CAPIXABA É A DOS REIS MAGOS. Localizada em Nova Almeida, em Serra, constitui um dos principais exemplares do patrimônio arquitetônico jesuíta brasileiro, por ser uma das edificações que menos interferências sofreu nos séculos que se seguiram à sua construção. O conjunto arquitetônico é formado por uma praça e fica a 40 metros de altitude em relação ao nível do mar. Em Anchieta, fica a Igreja nossa senhora da assunção, ou Santuário Nacional de Anchieta. É uma das mais antigas do Brasil e, segundo a tradição, sua construção se deve a São José de Anchieta. Construída no século XVI, foi feita com o trabalho dos índios catequizados. Outros municípios também têm monumentos de grande importância histórico-religiosa, entre eles a Igreja tirol em Santa Leopoldina, construída em 1898 em estilo neogótico; a Igreja Matriz Nossa Senhora da Penha, no município de Alegre, feita de barro e madeira em 1851; a Igreja Nossa Senhora das Neves, construída em meados do século XVII, na Praia das Neves, em Presidente Kennedy; e a Igreja Nossa Senhora do Amparo, o principal marco histórico do município de Itapemirim, inaugurada em 1885. O Estado abriga ainda o Mosteiro Zen Morro da Vargem, primeiro mosteiro budista da América Latina, localizado no município de Ibiraçu. CONVENTO DA PENHA. O ponto turístico mais visitado do Estado e um dos ícones do Espírito Santo, o Convento da Penha, fica em Vila Velha e é um santuário construído pelos escravos, em 1558, em cima de um grande rochedo. Juntamente com a Igreja Nossa Senhora do Rosário, o Convento faz parte do Sítio Histórico da Prainha, em Vila Velha
É considerado o principal monumento religioso do Estado e símbolo de devoção a Nossa Senhora da Penha. Segundo a versão popular, o quadro de Nossa Senhora teria sumido da gruta onde o Frei morava, reaparecendo e indicando, assim, o lugar onde deveria ser construído o Convento, no alto de um morro de 154 metros. A edificação da “Ermida das Palmeiras” foi erguida por volta de 1560. PASSOS DE ANCHIETA. A caminhada “Os Passos de Anchieta” é o primeiro roteiro cristão das Américas e resgata o trajeto percorrido pelo Padre José de Anchieta (agora São José de Anchieta) nos seus últimos anos de vida. Durante o feriado de Corpus Christi os andarilhos caminham os 105 quilômetros durante quatro dias para refazer o trajeto do padre. Cerca de 4 mil pessoas participam do evento.
O ARTESANATO TRADICIONAL CAPIXABA é feito de diversas expressões e referências históricas, culturais e regionais, que são materializados de forma original e criativa pelas mãos do povo capixaba. A origem é herança artística de várias etnias que habitaram o Espírito Santo como, primeiramente, a indígena, em seguida colonizadores portugueses e negros africanos e, mais tarde, imigrantes europeus. Os produtos artesanais feitos no Espírito Santo se transformam com costumes, histórias e cultura de cada região e também tem função econômica e social, sendo fonte de renda de muitas famílias de artesãos. A diversidade da produção vai de objetos feitos em argila e barro, instrumentos musicais, os feitos de conchas, pedras, até traçados em fibra vegetal, esculturas em madeira e renda, formando um mundo de produtos, desde os mais funcionais aos decorativos. ARTESANATO DE CONCHAS EM PIUMA. O Espírito Santo tem cerca de 410 quilômetros de costa, e os artesãos das cidades e vilas litorâneas desenvolveram o artesanato de conchas, que são abundantes nas praias capixabas. As conchas viram arte nas mãos dos capixabas, a exemplo os colares, petisqueiras, cinzeiros, cortinas, molduras, acessórios, souvenir, entre outros, produzidos principalmente em Piúma, responsável pela maior parte da produção de artesanatos em conchas do Brasil.
ARTESANATO EM ESCAMAS DE PEIXE E COURO. Vem das águas do mar outra matéria-prima usada para artesanato, que se instalou em terras capixabas – As escamas de peixe. Vinda de Portugal, a prática exige cuidado e capricho para quem executa a obra. É um processo demorado, que consiste em várias etapas, até que se chegue ao produto final. De aparência delicada, é extremamente resistente e de grande durabilidade. ARTESANATO INDÍGENA. A tradição da arte ceramista tem origem indígena no Espírito Santo, principalmente de três tribos. Tupi-guarani, Aratus e Unas. A matéria-prima, argila, é encontrada em todo o Estado, sendo bastante utilizada para o artesanato de cerâmica vermelha, principalmente no Norte capixaba. As peças são elaboradas com um torno de madeira, e o barro permite a criação das mais variadas peças, com diversas técnicas, para produtos de fim decorativo ou utilitário. E foi através dessa arte que surgiu o ícone mais conhecido do artesanato capixaba a panela de barro. Esta se distingue da cerâmica vermelha, pois o produto final tem uma cor negra, resultado do processo de confecção e queima. O barro utilizado, a tabatinga, é extraído dos mangues da região de Vitória, que toma forma de diferentes produtos, como caldeirões, frigideiras e panelas. Depois de modeladas, as panelas passam pela secagem à sombra, são raspadas, polidas e queimadas em uma fogueira. Depois da queima, são molhadas por um líquido chamado de mangue vermelho, rico em tanino, que ajuda na tonalidade escura e resistência. A PANELA DE BARRO tem o casamento perfeito com o prato mais famoso da culinária espírito-santense: a moqueca capixaba, preparada, no Estado, exclusivamente nela. Esse artesanato tradicional pode ser encontrado em todo o Espírito Santo, especialmente em Vitória, onde existe um espaço exclusivo para as paneleiras, que passam a tradição de confeccionar as panelas artesanalmente através das gerações. Outras técnicas indígenas são o traçado com fibras vegetais, utilizadas para fazer produtos como cestas, e a montagem com sementes, principalmente para confecção de acessórios. Esse tipo de arte pode ser encontrado em todo o Estado, especialmente nas aldeias na cidade de Aracruz.
ARTESANATO EM MADEIRA. Artesanato feito em madeira pode ser encontrado em todo o Estado, com as mais diferentes técnicas, referências e finalidades. A arte de entalhar em madeira surpreende com as esculturas feitas pelos artesãos, que vão desde miniaturas e utensílios domésticos até grandes objetos de decoração vindos da imaginação do artista. Outro tipo de arte em madeira, com forte expressão no Espírito Santo, é a luteria. A técnica se destaca pelo alto nível de precisão e sutil execução na confecção de instrumentos musicais de cordas, como violino, violoncelo, viola, contrabaixo, violões e os ukulelês. O município de João Neiva tem grande produção de ARTESANATO DE LUTERIA. Cachoeiro de Itapemirim também é referência nesse tipo de arte no Estado. OS PIOS DE AVES são uma marca da cidade e a fábrica, fundada em 1903, é a única na América Latina. Os pios são esculpidos artesanalmente e, em 36 modelos, reproduzem o som de inúmeras aves. O instrumento musical mais famoso da cultura capixaba, – A CASACA –, também é fruto do artesanato local. Talhada em madeira, os artesãos esculpem uma cabeça humana no topo, sendo o corpo de onde se tira o som, e o pescoço o local para segurar o instrumento. O som sai do atrito ao correr a vareta pelos talhos feitos na parte do corpo. A casaca está presente na maioria das bandas de congo, especialmente em Serra e Vila Velha, e reflete a influência africana na música e no congo capixaba.. ARTESANATO EM TECIDO. Várias técnicas e influências fazem parte do artesanato capixaba em tecido ou fios. Esse tipo de arte pode ser encontrado em todas as cidades capixabas, de diversas formas. Técnicas como crochê, brolha, macramê, tricô, renda, bordado, ponto cruz, fuxico, entre outras, viram tolhas, tapetes, mantas e roupas. Fonte. descubraoespiritosanto.es.gov.br/pt/o-espirito-santo#artesanato