TEATRO
Em Mato Grosso, foi o meio de maior influência para a formação da cultura regional. A partir de representações, registradas desde o século XVIII, despertou-se a sensibilidade de gente mato-grossense pelas coisas eruditas e culturais.
A história de nosso Estado abundantemente cita festas, fogos, cavalhadas, músicas, recitais de poesia e, principalmente, a representação de peças teatrais. O século XVIII é profuso e abundante nesses acontecimentos festivos.
O historiador Carlos Francisco Moura nos diz que Mato Grosso foi a Capitania onde o teatro teve a maior importância social e cultural. Suas pesquisas feitas em várias fontes de história, de 1727 ao fim do século XVIII, constatou que estão documentadas nada menos que 80 representações teatrais, enquanto que Galante de Souza registra em todas as demais Capitanias somadas, no mesmo período, 50 representações.
No Mato Grosso do século XVIII, havia grandes festas em ocasiões especiais, como a chegada de autoridades coloniais, ou a partidas dos mesmos; júbilos de casamento ou nascimento de membros da família real portuguesa; festejos religiosos; regozijo por término de batalhas; posses de autoridades, etc. E nessas festividades, cuja memória chegou até nós, graças ao zelo e à preocupação de registro pelos poucos cronistas que a isso se dedicaram, havia sempre a representação de comédias e tragédias, a partir de óperas, danças, fogos e cavalhadas. Era a ingenuidade das manifestações, da alegria da gente mato-grossense no primeiro século da conquista destes sertões.
Ficou registrada na história uma representação teatral como parte integrante de uma festa maior em 1763, por ocasião do nascimento do neto de D. José I. Outras peças foram levadas em outubro de 1772 com a chegada à Cuiabá de LUÍS DE ALBUQUERQUE DE MELO PEREIRA e Cáceres, e em dezembro desse mesmo ano, com a sua posse como Capitão General em Vila Bela. Em 1785, em festejos na localidade de Casal Vasco, outras representações foram levadas.
Ficaram também registradas na história, as festas em homenagem à Casa do Artesão do Mato Grosso; ao Juiz de Fora de Cuiabá, Diogo de Toledo Lara e Ordenhes, que em poucos dias, chegaram a cerca de 17 peças teatrais entre tragédias e comédias.
Pelo minucioso comentário que se fez das festividades e das representações, tornou-se Ordenhes o primeiro crítico teatral que se tem notícias no Brasil. Em 1796, pela chegada de Caetano Pinto de Miranda Montenegro, foram representadas 6 peças teatrais.
VIOLA-DE-COCHO
É um instrumento musical encontrado nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, no Centro-Oeste brasileiro. Recebe este nome por ser confeccionada em tronco de madeira inteiriço, esculpido no formato de uma viola e escavado na parte que corresponde à caixa de ressonância. Esse instrumento é feito da mesma maneira como se faz um cocho, objeto lavrado em um tronco maciço de árvore, usado para colocar alimentos para animais na zona rural. Nesse “cocho” é afixado um tampo e as partes que caracterizam o instrumento, como o cavalete, o espelho, o rastilho e as cravelhas.
A Viola-de-Cocho foi reconhecida como patrimônio nacional, registrada no livro dos saberes do patrimônio imaterial brasileiro em dezembro de 2004.
Algumas violas possuem um furo pequeno circular no tampo, medindo de 0,5 a 1 cm de diâmetro, outras não. A viola sem furo é recente. Segundo alguns violeiros, a viola com furo dava muito trabalho, porque sempre entravam, por este furo, aranhas e outros animais, prejudicando o som do instrumento.
A viola-de-cocho possui sempre cinco ordens de cordas, denominadas prima, contra, corda do meio, canotio e resposta. São afinadas de dois modos distintos: canotio solto (de baixo para cima, ré, lá, mi, ré, sol) e canotio preso (de baixo para cima, ré, lá, mi, dó, sol).
Composição e fabricação – Além do instrumento se apresentar com cinco ordens de cordas simples, são várias as madeiras utilizadas para o corpo do instrumento. A Ximbuva e o Sarã são utilizadas para o tampo, já a raiz de Figueira branca e o Cedro, para as demais. As violas armam-se com quatro cordas de tripa e uma revestida de metal. Atualmente, as tripas estão sendo substituídas por linhas de pescar, que, segundo os violeiros, são bem inferiores às de tripa -, devido à proibição da caça no território nacional (Lei 9.605/1998 – crimes ambientais).
Atualmente existem vários “fazedores” de viola de cocho, como se auto intitulam os construtores do instrumento. Os principais polos de fabricação artesanal do instrumento são Cuiabá (Mato Grosso) – ali, os principais construtores Caetano Ribeiro e seu filho Alcides Ribeiro, além de artesãos como Manoel Severino (in memoriam), Francisco Sales, Seu Bugre, Seu Paulino de Várzea Grande, Venceslau de Santo Antônio, entre outros.
CAMPO GRANDE.
O artesanato da região contempla peças feitas em cerâmicas, cestarias, argila, dentre outros. A qualidade do artesanato é excelente e a variedade de estilos impressiona. Nos municípios que compõem a região existem diversas associações e grupos familiares que produzem o artesanato. Alguns com certificado de origem emitido por entidades competentes. O artesanato indígena também se apresenta na região, principalmente por duas etnias, a Kadiwéu e a Terena.
PANTANAL.
A região do Pantanal apresenta artesanato rico e variado, feito a partir das seguintes matérias primas: pedra, arenito, osso e chifre de gado, cerâmica, palha, argila, madeira, fio de buriti, caraguatá, granito, carandá, bambu, couro e baguaçu.
BONITO – SERRA DA BODOQUENA.
Uma das principais manifestações culturais da região é representada pelo artesanato feito da reciclagem do osso bovino, couro e restos de madeira, que busca alternativas produtivas, focadas na preservação ambiental e na criação de fonte de renda sustentável para a população mais carente da região.
Outra manifestação bem forte na região é a cerâmica confeccionada pelos índios Kadiwéu, conhecida internacionalmente como Cerâmica Kadiwéu. Produzem objetos utilitários e decorativos: potes, panelas, jarros, moringas, placas e animais. Nos utensílios usados para cozer alimentos, não é prática aplicar decoração.
ROTA NORTE.
Artesanato de terra cozida do Pantanal – cerâmicas moldadas no torno ou na mão, expressa as riquezas naturais da flora, fauna e a rotina do homem pantaneiro.
Arpeixe – mulheres pescadoras que descobrem uma nova oferenda dos peixes: o couro. E aprendem a transformar a pele de peixe em valiosos acessórios femininos feitos à mão.
COSTA LESTE.
A Costa Leste – MS, como as demais regiões turísticas de MS, possui expressões culturais marcantes através do artesanato. Técnicas tradicionais preservadas, algumas aprimoradas, em matérias-primas da região como madeiras, argila e fibras vegetais, ganham forma nas mãos de artistas que traduzem o dia-a-dia das comunidades locais.
Em Três Lagoas temos como destaque, as Gamelas em Madeira de Dona Ana Vitorino; a cerâmica artística de Edvaldo Márcio Vicente; o entalhe em madeira do Narciso; a Cestaria em Taboa de D. Maria do Rosário; e a tecelagem, tão bem representada pela família Nakamura e Dona Almerinda Melo.
Falar em artesanato em Aparecida do Taboado, é falar da Cerâmica do Sr. Eurico Pimenta, que recebe os visitantes com muita simpatia em seu sítio. Outro destaque são os balaios e baús do Sr. Birer. Em Bataguassu, na Nova Porto XV, a parada para comprar bichinhos do Pantanal é obrigatória, pois são dezenas de famílias que oferecem na beira da rodovia.