A BANDEIRA DA PARAÍBA Foi adotada pela Aliança Liberal em 25 de setembro de 1930, por meio da Lei nº 704, no lugar de uma antiga bandeira do estado, que vigorou durante quinze anos (de 1907 a 1922). A bandeira foi idealizada nas cores vermelha e preta, sendo que o vermelho representa a cor da Aliança Liberal e o preto, o luto que se apossou da Paraíba com a morte de JOÃO PESSOA, PRESIDENTE do estado em 1929 e vice-presidente do Brasil em 1930, ao lado do presidente Getúlio Vargas. A palavra, “NEGO”, que figura na bandeira, é a conjugação do verbo “NEGAR” no presente do indicativo da primeira pessoa do singular, remetendo a não aceitação, por parte de João Pessoa, do sucessor indicado pelo então presidente do Brasil, Washington Luís. Posteriormente, em 26 de julho de 1965, a bandeira rubro-negra foi oficializada pelo governador do estado, Pedro Moreno Gondim, através do Decreto nº 3919, como “Bandeira do Nego” (à época ainda com acento agudo na letra “e”). O preto ocupa um terço da bandeira e a parte vermelha, dois terços. Existe um pequeno movimento hoje em dia que tenta mudar a bandeira do estado, assim como o nome da capital, pois foi alterado na época da morte do político João Pessoa, morte esta que causou grande comoção em todo o estado. Porem, a grande maioria dos paraibanos se mostra contrários a estas alterações. À época do descobrimento do Brasil a Coroa Portuguesa mantinha um grande e rentável comércio de especiarias com as Índias. Esse comércio desmotivou Portugal a explorar economicamente as riquezas brasileiras até a metade do século XVI, porquanto aqui não encontraram de início, nem o ouro nem a prata, tão valiosa no mercado europeu. Nesse período, piratas frequentavam o nordeste brasileiro e se davam muito bem com os nativos, trocavam quinquilharias pelo pau-brasil, de cuja casca, extraia um pigmento vermelho muito utilizado para colorir tecidos em toda a Europa.
No início de 1574, a jovem filha de Iniguaçu, chefe potiguara, foi aprisionada pelo proprietário do engenho Tracunhaém na capitania de Itamaracá, hoje pertencente ao município de Goiana, em Pernambuco. Os potiguaras, por vingança e insuflados pelos franceses, atacaram e incendiaram o engenho, matando todos os moradores, ato que ficou conhecido como “A CHACINA DE TRACUNHAÉM”. O incidente urgiu Portugal para a necessidade de maior controle da região, visando extinguir a presença de franceses em nosso litoral e evitar, no futuro, qualquer possibilidade de ataque indígena à Vila de Olinda e engenhos da região. Em resumo, tornou-se urgente garantir o monopólio do açúcar e o poder econômico da Capitania de Pernambuco, principal centro produtivo da colônia, como também iniciar o avanço sobre as terras ao norte. Assim, no mesmo ano de 1574, o jovem REI D. SEBASTIÃO resolveu desmembrar a Capitania de Itamaracá, criando a Capitania Real da Paraíba a partir de Igarassu, no Sentido Norte, até a Baía da Traição. Ocorre que grande parte dessa área era habitada pelos ÍNDIOS POTIGUARAS, povo de índole guerreira, e isso foi um complicador que atrasou em 11 anos a conquista do território. Somente após 5 expedições, e com o apoio dos índios tabajaras, os portugueses conseguiram derrotar os potiguaras, expulsar os franceses e fundar a Cidade Real de Nossa Senhora das Neves, no dia 05 de agosto de 1585. A Cidade de Nossa Senhora das Neves foi a terceira cidade fundada no Brasil do século XVI (1501-1600), após Salvador (1549) e Rio de Janeiro em 1565. Apesar de derrotados, os valentes potiguaras continuaram a infernizar os habitantes da cidade até 1599. No entanto, já sem apoio dos franceses, que forneciam suprimentos, e com uma epidemia arrasadora de varíola, trazida pelos colonos europeus, foram pressionados a assinar um acordo de paz para Paraíba, com o governador Feliciano Coelho de Carvalho. E assim se retiraram para o norte. O marco zero de fundação da cidade real Nossa Senhora das Neves, foi escolhido a 18 Km acima da embocadura do Rio Paraíba, – numa colina que domina todo o atracadouro na margem direita do Rio Sanhauá, afluente do Paraíba. Além do cuidado com a defesa da povoação o local visava facilitar o comércio e o apoio militar à vizinha Capitania de Pernambuco. A povoação, por estar sob domínio da União Ibérica desde 1580, teve as primeiras ruas edificadas dentro de uma geometria de traçados regulares, obedecendo aos padrões encontrados nas demais colônias espanholas do continente americano, o que diferia das povoações fundadas pelos portugueses.