SANTA CATARINA

Capital: Florianópolis
Municípios: 497
Site: https://www.rs.gov.br/inicial
O primeiro povoado europeu, realizou-se no litoral de Santa Catarina. Era habitado pelos índios carijós por época das primeiras expedições europeias do século 16. Alguns pontos do litoral catarinense aparecem em alguns mapas da época. Com a criação das capitanias hereditárias, em 1532, o atual território de Santa Catarina foi doado a Pero de Sousa Lopes, que fez muito pouco para a sua colonização. O litoral, entretanto, recebeu alguns desterrados, desertores e náufragos, que habitavam entre os índios e davam apoio aos navios de passagem para a região do Rio da Prata. 
Nos séculos 16 e 17, o atual território do estado encontrava-se em uma área de litígio, entre portugueses e espanhóis, devido a discordâncias quanto ao exato local do meridiano de Tordesilhas. Com a união ibérica (1580-1640), a questão ficou esquecida. Posteriormente, os portugueses fundaram a Colônia de Sacramento, no Uruguai.
A questão da posse dos territórios do sul do Brasil foi tratada em vários acordos, como por exemplo, os tratados de Madrid, em 1750, e de Santo Ildefonso, em 1777. A execução dos acordos, entretanto, sempre contava com empecilhos e normalmente não era completa.
No século 17, chegavam à região caçadores de índios, para escravizá-los, ou aventureiros em busca de ouro e pedras preciosas. Adentraram o interior catarinense, vindos principalmente da capitania de São Vicente. Na primeira metade do século 17, a ilha de Santa Catarina já abrigava uma missão jesuíta. Quando foram expulsos do Brasil, em 1759, a missão já contava com um colégio. O povoamento efetivo do litoral catarinense começou em meados do século 17, época em que foi fundado o povoado de Nossa Senhora da Graça do Rio de São Francisco, atual São Francisco do Sul.
Em 1672, Francisco Dias Velho, fundou a povoação de Nossa Senhora do Desterro, a futura Florianópolis. Em 1684, fundou-se o povoado de Laguna. No início do século 18, o litoral de Santa Catarina já contava com alguns povoados e um sistema de defesa próprio. Em 1726, desmembrava-se de Laguna o município de Nossa Senhora do Desterro.
A capitania de Santa Catarina foi criada em 1738, ficando diretamente subordinada a Salvador da Bahia, capital do Brasil. Existiam basicamente três povoações ao longo do litoral catarinense, nessa época, São Francisco, Desterro e Laguna. Em meados do século 18, muito português das ilhas de açores mudam-se para a capitania de Santa Catarina, após abalos sísmicos nas ilhas. Vieram com eles vários escravos africanos.
No século 18, as rotas de tropeiros, ligando o Sudeste ao Rio Grande do Sul exerceram forte influência no desenvolvimento do interior da capitania de Santa Catarina. A criação de gado também passou a ser uma importante atividade econômica na região. Índios e escravos africanos foram os primeiros vaqueiros. Em 1770, Lages desmembra-se da capitania de São Paulo, sendo anexada à capitania de Santa Catarina. Em 1777, devido aos conflitos na colônia de Sacramento, a ilha de Santa Catarina tornou-se um ponto estratégico de defesa e foi invadida pelos espanhóis. 
A ilha foi devolvida a Portugal com a assinatura do tratado de Santo Ildefonso, no mesmo ano. Com a independência do Brasil (1822-1824), Santa Catarina passa de capitania a província e seu governador recebe a denominação de presidente.
Os primeiros anos do Brasil Império foram tumultuados. Os ideais liberais entraram em conflito com a concentração de poder pelo imperador Dom Pedro I. Na província Santa Catarina no Rio Grande do Sul, eclodiu a Guerra dos Farrapos (1835-1845), que envolveu posteriormente parte de Santa Catarina. Buscava-se instalar uma república independente no sul do Brasil. Laguna foi decretada a capital do território catarinense em poder dos revoltosos, com o nome de Juliana de Laguna. A catarinense Ana Maria de Jesus Ribeiro (Anita Garibaldi) defendeu, com destaque, a causa Farroupilha. O movimento foi reprimido em março de 1845, após sangrentas batalhas.
A república – em 1889, com a república instalada no Brasil, a província de Santa Catarina torna-se estado federado, comandado por um governador, com capital no Desterro. Em 1894, a capital recebeu o nome de Florianópolis, em homenagem ao alagoano Floriano Peixoto, o segundo presidente da República. 
Os imigrantes europeus transformaram o Sul do País, no século 19. Trouxeram prosperidade e riqueza cultural. Destacam-se as imigrações alemã, eslava e italiana, adicionalmente ainda a sírio-libanesa e a grega. 
Os imigrantes alemães – Em 1829, 523 colonos imigrantes católicos, originários de Bremem, instalaram-se em São Pedro de Alcântara. Fundaram a primeira colônia de imigrantes europeus em território catarinense, no século 19. Posteriormente, no Vale Rio Tijucas, formaram-se as colônias de Santa Tereza e Angelina. No mesmo ano, a sociedade colonizadora de Hamburgo adquiriu as terras relativas ao dote da princesa dona Francisca, onde se iniciou uma colônia com seu nome, que posteriormente veio a se transformar na cidade de Joinville.
A colônia de Blumenau, fundada em 1850, no Vale do Rio Itajaí-Açú, deu origem à cidade com o mesmo nome. A partir de 1860, chegaram imigrantes no Vale do Itajaí-mirim, principalmente alemães e italianos, que integraram o núcleo da futura cidade de Brusque. Em 1893, fundou-se a colônia de Hamônia (atual Ibirama), no Vale do Itajaí do Norte. Os imigrantes italianos em 1836, originários de Sardenha, fundaram a colônia Nova Itália, no Vale do Rio Tijucas.
A partir de 1875, instalaram-se as colônias de Rio dos Cedros, de Blumenau. Instalam-se também Porto Franco (atual Botuverá) e Nova Trento, em torno de Brusque. Em 1877, fundou-se a colônia Luís Alves, no Vale do Rio Itajaí-Açú. As colônias de Azambuja, Pedras Grandes e Treze de Maio, foram instaladas no Vale do Rio Tubarão. Os núcleos de Urussanga, Acioli de Vasconcelos (hoje Cocal) e Criciúma, instalaram-se no Vale do Urussanga. Posteriormente, fundou-se a colônia Grão Pará (hoje, municípios de Orleans, Grão Pará, São Ludgero e Braço do Norte). 
Em 1893, fundou-se a colônia de Nova Veneza (atual Nova Veneza e Siderópolis), em áreas do Vale do Rio Mãe Luzia, até o Vale do Rio Araranguá.
Os imigrantes eslavos – Os primeiros poloneses e ucranianos chegaram na segunda metade do século 19. Instalando-se principalmente, nos vales dos rios Urussanga, Tubarão, Mãe Luzia, Araranguá, Itajaí, Itapocu, Rio Negro e em São Bento do Sul. No início do século 20, continuaram a chegar, instalando-se em várias localidades do estado. Em Santa Catarina os imigrantes europeus receberam terras agricultáveis para iniciarem uma vida nova no Brasil. Os escravos de origem africana, entretanto, foram libertados em 1888, sem qualquer assistência oficial para iniciarem suas novas vidas. Isso foi um problema social na época, com reflexos nos dias de hoje.
Registros históricos indicam que, no século 19, alguns municípios catarinenses tinham uma população de escravos negros superior a 20%. Os negros participaram da formação do povo catarinense desde os primeiros povoados. No século 18, vieram principalmente com os colonos de São Vicente e das ilhas portuguesas de Açores e Madeira, integrantes da comunidade quilombola de Santa Catarina, invernada dos negros, localizada nos municípios catarinenses de Abdon Batista e Campos Novos, onde vivem cerca de 80 famílias. A comunidade foi iniciada em 1877. Estima-se que mais de mil famílias de negros viviam no local, há cem anos atrás, mas foram expulsos, em sua maioria, por grileiros. 
Os negros catarinenses contribuíram, desde o princípio, para a evolução econômica da região, por exemplo, como tropeiros, vaqueiros, mineiros, trabalharam na lavoura, na pesca da baleia, na construção de estradas de ferro e em afazeres domésticos.
Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito em Florianópolis – Fundada em cerca de 1750, pela irmandade beneficente N. S. do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos, formada por escravos e negros livres. Esse templo barroco foi construído de 1787 a 1830. É a segunda igreja mais antiga da capital catarinense. Em meados do século 19, essa irmandade mantinha um curso de alfabetização para escravos.  
As forças militares Ponte Colombo de Santa Catarina, Paraná e do Governo Federal, conquistaram a localidade de Taquaruçu (atual cidade de curitibanos, em SC), durante a Guerra do Contestado (1912-1916). O governo de Santa Catarina fez novo apelo ao exército, que reuniu uma tropa de 754 homens, sob o comando do tenente-coronel Duarte de Aleluia Pires. Com mais de 700 soldados em ação, as tropas incendiaram o acampamento dos jagunços que, em sua maioria, haviam fugido para um lugar chamado Caraguatá (SC), de difícil acesso, onde já viviam cerca de 20 mil pessoas. Os fiéis à causa do Contestado eram chefiados por Maria Rosa, uma jovem de 15 anos, considerada uma espécie de Joana d’Arc do sertão. Apesar desta derrota em Taquaraçu, os revoltosos conseguiram dar a volta por cima no dia 9 de março de 1914, quando as tropas tentaram atacar Caraguatá, mas foram expulsos pelos jagunços.
A guerra do Contestado foi um conflito entre a população cabocla e os governos estadual e federal do Brasil. O motivo eram terras disputadas por Paraná e Santa Catarina. A região que divide os dois estados, recebeu o nome de Contestado, em decorrência dos agricultores contestarem a doação que o governo brasileiro fez aos madeireiros e à Southern Brazil Lumber & Colonization Company. Além disso, o conflito também teve o ingrediente do fanatismo religioso, já que os caboclos acreditavam que se tratava de uma guerra santa, que tinha o monge com a alcunha de José Maria como um dos líderes.

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