O destino turístico dos mais procurados, Fortaleza se destaca pelas suas praias. Só nos limites do município são 15 praias, sendo que uma das mais frequentadas é a Praia de Iracema, além de prédios históricos como a IGREJA DE SÃO PEDRO, o Estoril e a Ponte Metálica, o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura e muitas outras atrações. A capitania hereditária do Ceará – presente de D. João III, ao descansado Antônio Cardoso de Barros, passou mais de sessenta anos abandonada. O fidalgo, nem tão fidalgo assim, ignorou o precioso presente, e por todo esse tempo, não tomou a menor providência no sentido de colonizar a terra cearense. Em 1603, Pero Coelho de Sousa, obteve de Diogo de Botelho, então Governador Geral do Brasil, a patente de Capitão-Mor, com a finalidade de colonizar a capitania do Ceará. Pero Coelho, porém acabou fugindo como um coelho assustado, depois de enfrentar os índios Tabajaras que habitavam a serra da Ibiapaba, e foi tentar melhor sorte na barra do rio Ceará, onde ergueu uma fortificação a que deu o nome de São Tiago. Contudo, um terrível seca nos anos de 1605 e 1606, assustou novamente Pero Coelho, e desta vez era para assustar mesmo, pois muitos morreram de fome e de sede, durante a retirada do infeliz colonizador. Em 1607, chegaram os primeiros jesuítas da Companhia de Jesus. Então os padres Luís Figueira e Francisco Pinto, iniciaram o difícil trabalho de catequese dos silvícolas nas terras cearenses. Porém, nem todos os índios aceitavam os estrangeiros e os Tocarijus, uma das nações mais ferozes, atacaram os infelizes religiosos numa emboscada na mata. Do ataque, resultou o trucidamento do Padre Francisco Pinto. O Padre Luís conseguiu escapar. Não se sabe os motivos da violenta ação dos silvícolas, mas é justo supor que os Tocarisjus não viam com bons olhos a invasão do seu país e a destruição da sua cultura. Os jesuítas, ao invés de ensinarem técnicas úteis, insistiam em ensinar, entre outras inutilidades, retóricas portuguesas e até latim. Quando os religiosos foram embora, para o MONUMENTO DE JOSÉ DE ALENCAR DO CEARAOS, os “índios poliglotas” voltaram para as matas menos preparados para a caça e a pesca, atividades primitivas que lhes garantiam a subsistência.
Nova ação colonizadora chega ao Ceará em 1612, chefiada pelo CAPITÃO SOARES MORENO. Desembarcou direto na Barra do Ceará, onde já sabia existir uma fortificação, resultante da expedição de Pero Coelho de Sousa, da qual o capitão também fizera parte. Moreno, muito habilidoso e inteligente, logo fez amizade com os chefes indígenas. Construiu o Forte de São Sebastião, aproveitando as ruínas do São Tiago, erguido por Pero Coelho e também uma capelinha ao lado a qual chamou de Nossa Senhora do Amparo. Era o primeiro núcleo da civilização cearense. O capitão, porém, era constantemente chamado para combater, hora os franceses que invadiam o Maranhão, hora os Holandeses que ocupavam Pernambuco. E assim, de uma dessas viagens, acabou não voltando mais. Benquisto, Soares Moreno deixou muitas saudades, tanto que foi personagem do romance Iracema, de José de Alencar. A obra, aliás, apesar de ser pura ficção, é, por vezes, ingenuamente, cobrada como realidade. Portanto, o bravo capitão não beijou os famosos lábios de mel da musa de Alencar. Ceará o primeiro estado sem escravidão. O Ceará é conhecido pelo cognome de “Terra da Luz”. Muita gente julga que é devido ao seu forte sol tropical. – Nada disso. Esse honroso título, dado por José do Patrocínio, se deve ao fato da então província ter abolido a escravatura antes do Brasil. Na verdade, o povo cearense nunca gostou mesmo de escravizar os seus semelhantes, e a prova disso, é que muitos senhores de escravos libertaram os seus negros ainda antes de 25 de março de 1884, data em que, sem dar a menor satisfação a D. Pedro II, o Ceará libertou, definitivamente, os seus escravos. Antes, porém, foram promovidas muitas campanhas abolicionistas, lideradas por João Cordeiro, líder do movimento abolicionista no Ceará, que ao lado dos igualmente bravos, Antônio Bezerra e José do Amaral, lutaram para libertar, pelo menos o Ceará, da vergonha da escravidão. Os líderes sempre tiveram o apoio e o carinho do povo. No entanto, a primeira ação prática e drástica para acabar com a escravatura, foi de Francisco José do Nascimento, até então apelidado por Chico da Matilde e que depois seria chamado de “DRAGÃO DO MAR”. Francisco José era um mercador de escravos que, depois de convencido pelos abolicionistas, num rompante bem cearense, afirmou que nunca mais embarcaria nenhum escravo para o Ceará e nem permitiria que ninguém o fizesse.
Isso aconteceu em 30 de agosto de 1881. Com a atitude do mercador, tornou-se impossível receber ou embarcar escravos no porto do Ceará. Por esse gesto heroico, Francisco José do Nascimento foi cognominado de “Dragão do Mar”, nome que é hoje dado a um centro de cultura e a uma rádio de Fortaleza. Aquiraz surgiu em 1713, às margens do Rio Pacoti. Para aí se dirigiram, em 1727, os missionários da Companhia de Jesus e fundaram um convento ou hospício. Ainda se encontra de pé, embora em ruínas, uma SÓLIDA PAREDE DA CAPELA, constituída de pedras e tijolos de barro cozido, que provavelmente resistirá firme por muito tempo. Os habitantes locais, sobretudo os mais velhos, ainda hoje falam muito de um tesouro que teria sido deixado enterrado pelos jesuítas, durante a desastrosa fuga de 1759, quando expulsos do território brasileiro por MARQUÊS DE POMBAL. Alguns até hoje arriscam cavando aqui e ali na esperança de “quem sabe um dia”. Embora transcorridos tantos anos, Aquiraz continua a evocar o passado longínquo em quase todos os seus detalhes. O progresso arrasador de tradições felizmente, ainda não se fez presente de modo decisivo. Não fugindo à regra geral das cidades coloniais, o centro do município volta-se todo para a pracinha da Matriz, onde, ao cair da tarde, as mocinhas passeiam, fingindo sempre indiferença aos olhares cobiçosos dos outrora tímidos rapazes locais. Também voltado para a pracinha, encontra-se o MUSEU SACRO SÃO JOSÉ DE RIBAMAR. O repositório apresenta uma grande variedade de relíquias sacras, datando dos séculos, XVIII e XIX, principalmente pratarias e imagens de santos. O mais curioso, no entanto, é que o museu ocupa um velho e sólido casarão, que já foi sede da Capitania do Ceará, mas depois passou a cadeia pública. Como na época, há uns trinta anos, quase não existiam criminalidade na região, acharam melhor guardar tudo quanto era santo, na cadeia. Isto é, no prédio que até então, era destinado a esse fim – e assim nasceu o museu sacro.
Em 1637, a capitania do Ceará foi invadida pelos holandeses, que tomaram o Forte São Sebastião e hastearam a bandeira holandesa. A expedição foi enviada pelo príncipe Maurício de Nassau. O forte resistiu bravamente, com apenas 33 homens sob o comando do Valente Bartolomeu de Brito, mas, a pouca munição facilitou as coisas para os invasores. Os holandeses permaneceram em terras cearenses durante sete anos, até que os índios se revoltaram e trucidaram todos, até os chefes. Prenunciava-se aí a bravura de uma raça. Mas os holandeses voltaram no ano de 1649, com mais de trezentos homens, numa expedição chefiada por Matias Beck, que fundou às margens do riacho Pajeú, o Forte Schoonenborch e uma vila. Os teimosos invasores foram finalmente banidos da capitania por Álvaro de Azevedo Barreto em 1654. O valente libertador construiu sobre as ruínas do Schoonenborch, o FORTE DE NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃO, atualmente quartel da décima região militar. Em volta deste, nasceu Fortaleza. Esta, no entanto, não foi a primeira capital do Ceará, a primeira capital foi Aquiraz. A carta régia para a criação da primeira vila do Ceará, foi datada de 13 de janeiro de 1699, mas a fundação, de fato, foi no dia 25 de janeiro de 1700. As eleições para escolher os vereadores da Câmara aconteceram no Iguape, localidade próxima da sede atual do município de Aquiraz. Os primeiros habitantes foram os índios aquirases. A vila foi denominada São José de Ribamar e teve a sua sede transferida várias vezes. Ora para as margens do Rio Pajeú, ora para a Barra do Ceará, até se fixar finalmente, a partir de 1713, em Aquiraz, nome (atualmente grafado com “z”), que significa “gente da terra”. Nos fins do século XVII, esse município abrigou a primeira sede do Governo do Ceará, ou seja, a capital do estado.