ARTES PLÁSTICAS. É um dos setores mais movimentados da cultura goiana. A partir de José Joaquim Veiga Valle e Octo Marques, respectivamente dos séculos XIX e XX, Goiás se mostrou um terreno fértil para artistas. Siron Franco, Antônio Porteiro e Ana Maria Pacheco são exemplos contemporâneos. Sobre estrutura, Goiânia possui diferentes espaços, como o Museu de Arte Contemporânea (Mac), o Museu de Arte de Goiânia (Mag.), a Galeria Frei Confaloni e a Galeria Sebastião dos Reis. DANÇA. Tem forte influência do índio, do português e do africano, tal como as raízes goianas. A contradança, por exemplo, resiste há 138 anos como manifestação folclórica de Santa Cruz de Goiás. Já a catira é uma dança rural, cantada e disposta em fileiras opostas. O nome teria origem tupi, mas a coreografia é um legado da cultura africana. Já a CONGADA OU CONGO teria vindo de Moçambique e é uma das atrações na Festa de Nossa Senhora do Rosário, em Catalão. LITERATURA. No cerne das letras, Goiás tem autores que inspiram. Impossível não lembrar de Cora Coralina (1889-1985), poetisa vila boense, criadora de obras marcadas pela beleza e simplicidade. Em destaque está Bernardo Elis (1915-1997), único goiano a ingressar na Academia Brasileira de Letras (concorreu com Juscelino Kubitschek). Entre outros nomes conhecidos estão Hugo de Carvalho Ramos (1895-1911) e José J. Veiga (1915-1999). A música goiana tem uma rica história e um cenário atual com muita diversidade. A tradição das modinhas, violas e saraus está presente em grupos como a Orquestra dos Violeiros, com repertório raiz e sertanejo-romântico. A música sertaneja atrai grande público para bares, casas de shows e grandes eventos, como a Pecuária, Caldas Country e o Villa Mix, com uma programação expandida de diversos estilos. Premiada internacionalmente, a música clássica é representada pela Orquestra Filarmônica de Goiás (OFG), mantida pelo Estado, e pela Orquestra Sinfônica Municipal, mantida pela Prefeitura de Goiânia. A cena do rock e da música alternativa também faz parte da cultura goiana, com festivais como o Bananada, Vaca Amarela e Goiânia Noise.
ACERVO TOMBADO. Dos casarões da cidade de Goiás, passando pelos vários prédios centenários pelo interior até o acervo art. déco de Goiânia, belezas que encantam e atraem turistas. Tantas riquezas históricas contam com proteção e até reconhecimento internacional. É o caso, por exemplo, da antiga Vila Boa, classificada pela Unesco como Patrimônio Cultural Mundial, em 2001. O Estado de Goiás possui ainda dois parques nacionais reconhecidos pela Unesco como Patrimônio Natural Mundial, o da CHAPADA DOS VEADEIROS e o das Emas. São vários os prédios tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Entre os destaques estão os conjuntos urbanos das históricas Corumbá de Goiás, Goiás, Pilar de Goiás e Pirenópolis. São ruas, casarões e igrejas que, por meio de sua arquitetura, narram a origem do Estado – com forte presença dos arraiais, criados a partir de exploração de jazidas de ouro. CAVALHADAS Registros históricos apontam as Cavalhadas de Santa Cruz de Goiás como a festa mais antiga do Estado, segundo o pesquisador Jacy Siqueira. Tradição bicentenária, a festividade também ocorre em outros dez municípios, Pirenópolis, Palmeiras de Goiás, Posse, Jaraguá, Crixás, Hidrolina, São Francisco de Goiás, Santa Terezinha de Goiás, Corumbá de Goiás e Pilar de Goiás. Em agosto de 2019, o governador Ronaldo Caiado encaminhou pedido ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para que a festividade se torne Patrimônio Cultural do Brasil. O processo está em andamento. As Cavalhadas encenam batalhas medievais entre cristãos e mouros, ocorridas em meio à ocupação moura na Península Ibérica (século IX ao século XV). Durante três dias, dois exércitos, com 12 cavaleiros cada, fazem as apresentações, simulando lutas com auxílio de coreografias bem orquestradas. Paralelo a isso, os personagens conhecidos como Mascarados saem às ruas fazendo algazarras. As Cavalhadas ocorrem entre junho e setembro, logo após os festejos do Divino Espírito Santo. A festa envolve toda a comunidade local e se destaca por conseguir reunir, em um único evento, cultura, turismo e a manifestação pública da fé das pessoas. Mais que manter a tradição, repassando de geração em geração, a festividade movimenta a economia local.
CONGADA DE CATALÃO Festividade realizada há mais de 125 anos, ela divide-se em duas partes, a religiosa, com missas, procissão e reza de terço; e a folclórica, que consiste em apresentação de músicas e danças, além de visitas às casas de moradores pioneiros. A festa começa com os ternos de congos, que são grupos de dançarinos, reunidos na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Catalão.
Após a alvorada, os cantadores saem pelas ruas. Durante toda a semana acontecem a novena e a visitação. A Congada de Catalão tem abertura no segundo domingo de outubro. De origem africana, o ritual era realizado inicialmente apenas por integrantes da Irmandade do Rosário. Hoje, a festa reúne cerca de 1,3 mil pessoas, divididas em 16 grupos de dança. Festa em Louvor ao Divino Pai Eterno Trindade A FESTA DO DIVINO PAI ETERNO, em Trindade, é uma das mais importantes do Estado e reúne, todos os anos, fiéis de todo o Brasil, e até de outros países. A romaria teria começado em 1840, no arraial de Barro Preto, que deu lugar ao município. Na época, moradores encontraram uma medalha de barro, onde estava representada a Santíssima Trindade coroando Nossa Senhora. O fato levou várias pessoas ao local. Com o tempo, surgiu a romaria. A Romaria de Carros de Boi da Festa do Divino Pai Eterno de Trindade foi reconhecida como Patrimônio Cultural Brasileiro, em 2016, e inscrita no Livro de Registro das Celebrações do Iphan. O antigo medalhão foi substituído por uma imagem semelhante, esculpida em madeira pelo artista plástico Veiga Valle. Mesmo representando a Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo), a festa é em louvor ao Divino Pai Eterno. A festividade ocorre entre a última semana de junho e o primeiro domingo de julho. Ainda hoje se mantém a tradição de desfile de carros de boi. Também é comum que fiéis peregrinem a pé até Trindade. Entre Goiânia e a capital da fé, por exemplo, o trajeto possui 18 quilômetros e a GO-060 foi batizada de Rodovia dos Romeiros.
PROCISSÃO DO FOGARÉU CIDADE DE GOIÁS A Procissão do Fogaréu acontece há mais de 260 anos na cidade de Goiás, antiga capital do Estado, por ocasião da Semana Santa. Com uma mistura de religiosidade e folclore, o ritual teria chegado ao Arraial de Sant’Anna, que deu origem à Cidade de Goiás, à meia noite da chamada Quarta Feira das Trevas, com 40 farricocos, encapuzados, entoando canções oitocentistas. Eles seguem um percurso que passa pela Igreja da Boa Morte, Igreja de Nossa Senhora do Carmo e Igreja do Senhor dos Passos. No momento da saída da procissão, todas as luzes da cidade se apagam. No ritual há o som cadenciado de caixas. No percurso, estão previstas algumas paradas. A Procissão do Fogaréu está repleta de simbolismos. O principal deles é representar a perseguição a Jesus Cristo. Os archotes servem para procurar o Filho de Deus, em meio às trevas da ignorância humana. Um dos farricocos toca o clarim no meio da noite. É a senha para anunciar a prisão de Jesus Cristo, representado por um estandarte, pintado pelo artista plástico Veiga Valle, no Século XIX. Em seguida, o bispo local faz o sermão alusivo à morte de Cristo.
Exposição Nacional de Orquídeas. Piracanjuba: Uma festa de cores, formas, aromas e muita beleza. Assim é a Exposição Nacional de Orquídeas, que geralmente ocorre no terceiro final de semana de maio, em Piracanjuba. Todos os anos, o evento reúne colecionadores e vendedores de orquídeas de todo o Brasil e de outros países. A mostra conta com cerca de 50 expositores e exibe a média de 25 mil flores originárias de diversas regiões do mundo.
FESTA DE NOSSA SENHORA DO PILAR
A festa em louvor à Nossa Senhora do Pilar, em Pilar de Goiás, atrai fiéis de todas as regiões do País e conta com uma programação que inclui missa cantada, procissão, novena, desfile cívico e cavalhadas. Festa de São Sebastião em Silvânia.
Embora não haja registro oficial, acredita-se que a Festa de São Sebastião tenha surgido no século 19, em Silvânia. Ela tem início na segunda quinzena de julho. Em dez dias de evento, são realizadas novena, folia e procissão luminosa. Há ainda bingos, leilões e barraquinhas que comercializam produtos diversos.
FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA e Vídeo Ambiental (Fica) – Cidade de Goiás. Realizado pelo Governo de Goiás, na antiga Vila Boa, o festival tem como objetivo fomentar a criação de filmes voltados para a preservação do meio ambiente. Ao mesmo tempo, o evento movimenta os diversos setores da cultura goiana e realiza uma programação paralela diversa, com atividades educativas, fóruns, oficinas e apresentações musicais.
MOSTRA NACIONAL DE TEATRO DE PORANGATU
Como mecanismo de valorização das artes cênicas, o Governo de Goiás realiza a Mostra Nacional de Teatro em Porangatu, na região Norte do Estado. São apresentados espetáculos teatrais regionais e peças com grupos de expressão nacional. Paralelamente, o público pode contar com uma programação musical variada, tudo gratuitamente.
CANTO DA PRIMAVERA PIRENÓPOLIS.
A festa foi inserida no calendário goiano de festas em novembro de 2000. Trata-se de uma amostragem da música brasileira nos seus diferentes gêneros. Do erudito ao sertanejo, do rock ao popular, com destaque para as criações regionais. A primeira edição da mostra levou a Pirenópolis um público estimado em 25 mil pessoas, oriundas principalmente de Brasília e cidades vizinhas.
ROMARIA DE MUQUÉM NIQUELÂNDIA
De 5 a 15 de agosto, o alvo do turismo goiano é Niquelândia, a 360 quilômetros de Goiânia. Ali, no povoado de Muquém, acontece a festa em louvor de Nossa Senhora da Abadia. Na data, o fluxo de turistas e fiéis atinge seu ponto máximo por causa das festividades que reúnem missas, batizados, casamentos e procissão. Em meio à programação religiosa, há barracas com comidas típicas e o comércio de artesanatos e outros artigos. Muitos romeiros vão pagar promessas por graças recebidas. O povoado de Muquém teria surgido por volta de 1750. Uma das versões sobre a romaria no local está na obra o Ermitão de Muquém, do romancista Bernardo Guimarães.
O patrimônio Arqueológico
A presença das populações indígenas que ocuparam o território goiano, é frequente nos sítios arqueológicos cadastrados nacionalmente. Até dezembro de 2014, o Iphan reuniu dados sobre 1.246 sítios distribuídos por todo o Estado de Goiás, onde há vestígios de aldeias, acampamentos, cemitérios, grutas e oficinas líticas. Dentre os sítios mais conhecidos, estão os que apresentam grande quantidade de grafismos rupestres, como aqueles encontrados em Serranópolis. Em outros municípios entre eles Palestina de Goiás, Porangatu, Caiapônia, Itajaí, Quirinópolis, Santa Helena de Goiás e Baliza -, também foram cadastrados sítios arqueológicos com arte rupestre e oficinas líticas.
ARTESANATO DE GOIÁS.
Pirenópolis é considerada o berço da cultura goiana. Foi aqui que surgiu as primeiras obras sacras, como as igrejas, imagens e retábulos; o primeiro jornal Matutina Meiapontense, a primeira biblioteca; o primeiro cinema; etc. Incluindo neste mérito as antigas bandas de músicas, escritores, pintores e atores cênicos. Peças teatrais, como as operetas, eram encenadas desde fins do século XIX. Artistas consagrados nasceram em Pirenópolis, como é o caso de Veiga Valle, santeiro de expressão, considerado o Aleijadinho de Goiás, cujas obras estão expostas no Museu da Boa Morte na Cidade de Goiás, lugar onde viveu.
O artesanato típico é aquele que servia de utensílios, como as panelas e potes de barro, os tecidos de tear rústicos, e os balaios e cestas de palha. Crochê, costura, doces e licores também fazem parte deste rol.
Hoje, temos em Pirenópolis uma diversidade de arte e artesanatos, devido a afluência de estrangeiros nas últimas décadas. São joias de prata, pinturas e esculturas diversas, distribuídas em muitas lojinhas e na feira de artesanato, que acontece aos finais de semana e feriados na praça do coreto. Vale a pena conferir, tem muita gente boa no pedaço.
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